50 mil cães nas ruas em Curitiba: ajuda da sociedade é fundamental para controlar a situação

Cerca de 50 mil cães vivem nas ruas de Curitiba, incluindo animais semi-domiciliados, que tem dono, mas que ficam soltos. A estimativa é da prefeitura de Curitiba. Mas, além dos cachorros que estão nas ruas, existem outros milhares que vivem em abrigos ou sob os cuidados de protetoras independentes. Somente na Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba são cerca de 350 cães, dois cavalos e vários gatos. Ainda existem outras inúmeras organizações que acolhem animais abandonados.

Na tentativa de prevenir que essa situação aumente, a prefeitura de Curitiba lançou em 2013 o projeto Cão comunitário, em parceria com a Universidade Federal do Paraná. No início, 51 cães que viviam próximo aos terminais de ônibus foram identificados e começaram a receber atendimento veterinário, água, comida, um lugar pra dormir, além de serem castrados e vacinados.

Segundo o Coordenador da rede de proteção animal da prefeitura, Paulo Colnaghi, em cada terminal dois tutores ficam responsáveis pelos cuidados básicos com os cães.

Atualmente 25 cachorros continuam nessa situação, pois 26 dos cães comunitários foram adotados. Outro programa que visa tirar os cães das ruas é o cãopartilhado, que teve inicio em 2015. Nele empresas ou condomínios podem adotar os animais e assim as pessoas cuidam coletivamente do cachorro.

Para tentar minimizar a reprodução dos animais e controlar doenças que podem ser evitadas com a castração, a prefeitura de Curitiba passou a oferecer o serviço do castramóvel. Segundo o coordenador na rede de proteção animal, para quem mora nos bairros atendidos, na maioria das vezes o que impede a pessoa de castrar o animal é o recurso financeiro e a distância de clínicas parceiras do poder público.

Os castramóveis vão continuar atendendo pelo menos até o final do ano. Além do esforço da esfera pública, existem aquelas pessoas que quando se deparam com um animal debilitado resgatam e tratam até que seja possível encaminhar para adoção. Foi assim que começou o trabalho da ONG Tomba Latas, em 2010. 12 amigas se juntaram pra unir forças nesse cenário. Atualmente 97 animais, entre cães e gatos, estão sob a guarda delas.

De acordo com a integrante do grupo, Carla Moraes, depois de resgatados os animais passam por um processo de recuperação, vacinação e castração.

Praticamente todo final de semana são realizadas feiras de adoção de cachorros em Curitiba. Um termo de posse responsável é assinado, para que os animais não sejam levados por quem não tem a intenção de dar o melhor tratamento possível para os cães. Para quem não tem como adotar um, mas gosta dos animais e quer ajudar, a opção é o lar temporário.

A Ong fornece tudo como cama, coberta, ração, atendimento veterinário, vacinas e castração. A pessoa só precisa cuidar do animal e dar atenção no período em que estiver em casa.

Existem aqueles que se apegam e não querem entregar para adoção e acabam ficando com o cão ou gato, mas também tem quem realiza Lar Temporário para diversos animais. Essa condição ajuda para que mais cães possam ser resgatados das ruas.

Todos os animais adotados são acompanhados. Do momento do resgate até estarem aptos para adoção é um processo longo e de alto custo financeiro. Para isso as protetoras tiram a maior parte do dinheiro dos recursos próprios, mas também realizam diversas ações: vendem produtos do grupo, que ajudam na manutenção dos tratamentos, além de contar com o suporte de voluntários, principalmente nas feiras. Em abrigos também é necessária ajuda constante, não só financeira, mas também de trabalho.

A Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba conta com uma clínica veterinária que atende cães e gatos de famílias em geral, com foco em emergência, além dos animais resgatados. Esse serviço ajuda na manutenção do trabalho, já que o local não recebe recurso do poder público e depende da ajuda da população. Segundo a presidente da sociedade, Soraya Simon, mais de 30 animais são atendidos por dia e pelo menos um deles acaba ficando no local devido à situação em que se encontra.

A prefeitura de Curitiba não acredita que a concentração de cães em abrigos seja a melhor forma de ajudar esses animais, pela condição que normalmente eles se encontram. Segundo Paulo Colnaghi, são necessários três pilares para controlar essa população de animais de rua, são eles: educação, legislação e castração.

Para a presidente da sociedade protetora, os animais que estão lá normalmente entram em uma situação crítica e não tem onde ficar. Estando em um abrigo eles tem uma chance de recuperação e mesmo de adoção, que é o objetivo de todo o trabalho.

Ela reforça que é importante trabalhar para que todo animal tenha um lar e não precise viver nas ruas.

Para ajudar a sociedade pode ser como voluntário ou mesmo com a doação de materiais como ração, produtos de limpeza, cobertor, jornal, papelão, entre outros. Na administração municipal de Curitiba, a rede de proteção animal garante que trabalha em novos projetos na tentativa de melhorar as condições dos animais abandonados.

Foto: Facebook/ Tomba Latas
Foto: Facebook/ Tomba Latas
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