Associação dos Delegados da PF teme que investigações sejam retardadas devido a cortes
A Direção Regional no Paraná da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) teme que as investigações da Operação Lava Jato sejam retardadas devido ao corte de 44% do orçamento de custeio para este ano previstos pela União. No entanto, para a entidade, a diminuição de nove para quatro delegados dedicados à Lava Jato e que são responsáveis por 180 inquéritos em andamento em Curitiba não deve afetar a qualidade do trabalho. A Força Tarefa do Ministério Público Federal ainda se mantém com 13 procuradores e alguns reforços nas funções de assessoria.
Na opinião do Diretor Regional da ADPF, Jorge Fayad, a Operação Lava Jato demanda um esforço maior devido a amplitude das ações, por isso, necessita de um grande aporte financeiro. Fayad destaca que é necessário ter um perfil específico para atuar na investigação de crimes de lavagem de dinheiro e, portanto, a quantidade de delegados não influencia na qualidade do trabalho.
O efetivo da Polícia Federal que atende às demandas da Lava Jato, reduziu de 60 para 40 agentes, que não tem mais atuação exclusiva. Grande parte dos efetivos convocados para a equipe da Lava Jato em Curitiba vinha do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, unidades que estão recebendo o maior volume de procedimentos decorrentes de colaborações, principalmente da Odebrecht. Para Fayad, esse corte não deve impactar na qualidade das investigações, mas deve retardar a conclusão dos trabalhos.
Este é o primeiro corte de custeio nas investigações da operação lava jato, registrado nos últimos três anos, quando se iniciou a apuração das denúncias envolvendo a Petrobrás. A previsão do Orçamento da União de 2017 para o Ministério da Justiça é de R$ 13 bilhões. Deste montante, somente para a Polícia Federal, são R$ 6 bilhões.