O processo em que a jornalista Cláudia Cruz, esposa do deputado afastado Eduardo Cunha, é acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas tem a primeira audiência marcada para esta sexta-feira (26). O processo tem ao todo quatro réus. As audiências começam com o depoimento de testemunhas de acusação indicadas pelo Ministério Público Federal.

O juiz Sérgio Moro ouve a partir das 14h o ex-gerente da Petrobras e colaborador Eduardo Costa Vaz Musa; e os auditores da Petrobras Rafael de Castro da Silva e Luis Eduardo Alves do Nascimento. De acordo com a denúncia, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha teria recebido propina proveniente de um contrato da Petrobras para a exploração de petróleo na República do Benin, na África.

O pagamento teria sido feito por meio de depósitos em contas secretas no exterior, em bancos da Suíça. Parte dos valores teria passado por contas no exterior em nome de off-shores ou trusts que tinham Claudia Cruz como titular. O dinheiro teria alimentado cartões de crédito internacional utilizados pela jornalista e usados na compra de bens e no pagamento de despesas pessoais.

Nesta quarta-feira (25), Cláudia Cruz obteve autorização para reaver o passaporte que entregou espontaneamente à Justiça Federal em julho. A decisão é do juiz federal Sérgio Moro, que contraria a recomendação do Ministério Público Federal e atende a um pedido da defesa da jornalista. Moro lembra que não há decisão judicial que proíba Cláudia Cruz de deixar o país.

O que apura a ligação da jornalista com o esquema de corrupção na Petrobras também tem como réus o empresário português Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira; o operador João Augusto Rezende Henriques; e o ex-diretor a área internacional da estatal Jorge Luiz Zelada.