A jornalista Claudia Cruz, esposa do ex-deputado Eduardo Cunha, fez nesta quarta-feira (26) a segunda visita ao político desde que ele foi preso, na semana passada. Ela chegou à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba pouco depois das oito horas da manhã. Claudia Cruz deixou o prédio por volta de onze e meia e não respondeu nenhuma pergunta feita por jornalistas.

Um pouco antes dela, três filhos do casal também compareceram à sede da Polícia Federal. Assim como na chegada, os filhos deixaram o local minutos antes da atual esposa do ex-presidente da Câmara. O grupo estava acompanhado de pelo menos dois advogados. Os defensores também ficaram em silêncio.

As visitas a presos na Polícia Federal em Curitiba têm duração de duas horas e são organizadas pela corporação de forma a garantir a segurança do preso. Não foram divulgados pelos agentes detalhes sobre o encontro.

Essa é a segunda visita de Claudia Cruz a Eduardo Cunha. A primeira aconteceu na sexta-feira passada (21), dois dias depois da prisão do ex-presidente da Câmara. O político foi detido em Brasília e trazido no mesmo dia a Curitiba. Atualmente ele está em uma cela isolada, na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Assim como o político, Claudia Cruz também é ré em processos relacionados à Operação Lava Jato. As ações penais investigam um contrato em que a Petrobras comprou direitos para explorar um campo de petróleo na República do Benin, na África. O negócio, segundo os procuradores, envolveu o pagamento de propinas ao ex-deputado federal Eduardo Cunha de cerca de um milhão e meio de dólares (US$ 1,5 milhão). O valor total do contrato ultrapassa a marca dos 34 milhões de dólares (US$ 34,5 milhões).

Os processos contra Claudia e Cunha são diferentes, mas estão vinculados por envolver o mesmo assunto. A ação penal contra o deputado federal cassado foi enviada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao Paraná depois de o político perder o mandato, em setembro. Investigado por receber propinas, Cunha responde por não ter declarado contas mantidas no exterior. Na outra ação penal, Claudia Cruz é apontada como beneficiária das contas atribuídas ao ex-deputado na Suíça.

Os procuradores afirmam que Cláudia Cruz tinha plena consciência dos crimes que praticava, e era a única controladora da conta na Suíça, utilizada para pagar as despesas no cartão de crédito. Em sete anos, os gastos ultrapassaram US$ 500 mil.