Com bens bloqueados, Justiça não encontra dinheiro na conta de ex-deputado investigado pelo envolvimento com Youssef
A pedido da Justiça Federal, o Banco Central fez o bloqueio de bens do ex-deputado federal João Luiz Argolo, preso durante a 11ª fase da operação Lava Jato. No entanto, mesmo com um salário de 26 mil reais até o ano passado, o sistema Bacenjud não encontrou nada na conta do ex-parlamentar. A secretária de Argolo, Élia Santos da Hora, também teve quebra de sigilo bancário e, de acordo o Banco Central, ela possui pouco mais de dois mil reais depositados. Omar Elias Geha, advogado de defesa de Argolo, esclareceu que realmente o ex-deputado não tem dinheiro no banco e que inclusive tem imóveis penhorados para pagamento de dívidas.
Argolo é investigado pelo envolvimento que teria com o doleiro Alberto Youssef. Em depoimento à Justiça, o doleiro admitiu que pagou ao ex-deputado uma dívida que ele adquiriu na compra de um helicóptero e, além disso, teria financiado parte da campanha de Argolo em 2014.
O processo de bloqueio de bens serve para apurar se os investigados não tentaram ocultar patrimônio. Ao todo, a justiça determinou que 40 milhões de reais sejam bloqueados das contas dos ex-deputados Pedro Correa e Luiz Argolo entre 1° de janeiro e 17 de abril deste ano. Os dois e mais o ex-parlamentar André Vargas foram detidos na 11ª fase da Lava Jato. Nesta etapa da operação, são investigados indícios de irregularidades em contratos publicitários da Caixa Econômica Federal e também do Ministério da Saúde. Segundo a polícia, o esquema funcionava com a subcontratação de empresas ligadas aos irmãos Vargas.