Paraná

Confira nosso especial Lendas e Causos Curitibanos

Para comemorar o aniversário de Curitiba a BandNews preparou o especial Lendas e Causos Curitibanos para mostrar algumas curiosidades da cidade. Vamos mostrar fatos históricos, personagens e causos da capital paranaense.

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Reprodução / Beijo na Boca Maldita

Para começar vamos falar da origem do nome Curitiba. Existem várias versões. A origem mais conhecida vem do tupi guarani. O termo coreaí tuba, que significa Terra com muito pinhão se tornou uma das principais explicações para a origem do nome. O linguista Arion Rodrigues encontrou um dicionário chamado Tesouro de la língua guarani, de 1639, que mostra a palavra curií para designar pinheiro.

Curi íba seria a composição de pinheiro e semente. O tiba significa o lugar onde existe em abundância as coisas anteriormente designadas. Então chega-se ao significado de Local de muito pinheiro, muito pinheiral. Mas o que muita gente não sabe é que a cidade já foi chamada também de diversas outras formas.

Segundo a historiadora e pesquisadora da Casa da Memória de Curitiba, Maria Luiza Gonçalves Baracho, no começo, Curitiba já foi chamada de Povoação de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais. Já no século 18 muda para Vila de Nossa Senhora da Luz.

Em 1936 acontece uma reforma ortográfica e o y é substituído por í. A partir de 20 de agosto daquele ano, Curitiba passa a ter a grafia como nós conhecemos hoje.

Uma das lendas mais conhecidas de Curitiba é a da loira fantasma. Existem várias versões para a história. A mais conhecida começou a circular pela cidade no final dos anos 60 e começo dos 70 e diz que um taxista teria matado uma loira e jogou o corpo dela em um cemitério.

Para se vingar, ela pede carona para os taxistas, que levam sustos com ela.  Outra versão é de que ela pede para parar no cemitério do Abranches e quando o taxista estaciona, olha para trás e não tem mais ninguém no carro. Segundo a escritora e contadora de lendas, Luciana Mallon, uma outra derivação da lenda é com uma criança loira.

Segundo a lenda, a loira fantasma continuou por muito tempo assustando taxistas da cidade.  A história ficou tão conhecida que chegou a ganhar as páginas dos jornais na época e também foi tema de muitos programas de rádio.

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Foto: Fundação Cultural

Uma das figuras mais populares de Curitiba é a Santa Maria Bueno. Ela é conhecida como milagreira. Maria Bueno foi assassinada no dia 29 de janeiro de 1893, na rua dos campos gerais, que é a atual Vicente Machado. Foi um crime que chocou a cidade e chamou a atenção da população.

Aos poucos surgiram lendas de que, no local onde ela foi morta, velas não se apagavam.  Logo também começaram a dizer que ela fazia milagres. A fama de milagreira se consolidou e atualmente há uma grande quantidade de plaquinhas de agradecimento no túmulo dela de pessoas que teriam tido graças alcançadas graças a ela. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais, Clarissa Grassi, um santo local, como Maria Bueno, funciona como um tipo de intercessor.

Durante muitos anos a representação da Maria Bueno foi feita como ela sendo clara, de olhos azuis. Depois descobriu-se que ela era cabocla. A confusão acontece porque não há muitas informações sobre a história de Maria Bueno antes do assassinato. Demorou muito tempo para se pesquisar sobre ela.

O que se sabe são as notícias que foram veiculadas no jornal da época. Há várias versões sobre a morte dela. Uma seria de que ela estaria tentando defender a honra dela, de um soldado chamado Diniz que tentou  estuprá-la. Outra versão diz que ela teve uma briga com o soldado e ele decidiu mata-la. Ela foi prejulgada pela sociedade por estar andando sozinha à noite na rua naquele dia.

Diniz chegou a ser preso, mas foi solto durante a revolução federalista. Depois foi assassinado pelo chefe dos maragatos. Já o número de pessoas que visitam o tumulo de Maria Bueno aumenta a cada ano.

Foto: Valdecir Galor/SMCS
Foto: Valdecir Galor/SMCS

Jacaré do Parque Barigui é um dos principais personagens de Curitiba. Quase todo mundo conhece alguém que já viu algum jacaré no local. O registro mais recente é de 2014, quando diversos frequentadores fotografaram um jacaré andando pelo Barigui. Em 2007, um Jacaré de Papo Amarelo também foi identificado no local e chegou a receber o apelido de “Barigui”.

Em 2008 ele foi levado para o zoológico após matar um cachorro que passeava perto do LAGO. Em 2012 outro jacaré foi capturado e levado a uma fazenda de turismo ecológico no Mato Grosso do Sul. Mas o jacaré também é rodeado por muitas lendas. Uma delas diz que no fim dos anos 80 uma menina foi morta e teve seu corpo jogado no lago do parque Barigui e a moça teria virado um jacaré. Segundo a lenda, em algumas noites ela volta a ser menina para seduzir os rapazes e depois devora-los. Segundo a escritora e contadora de lendas, Luciana Mallon, existe uma outra derivação da lenda que fala de um jacaré que se apaixonou por uma estrela.

O Jacaré é tão famoso que tem página nas redes sociais em homenagem a ele, programa no YouTube que discute se ele é lenda ou não e até mesmo um livro infantil que fala da chegada de um jacaré na cidade.

Foto: Valdecir Galor/SMCS
Foto: Valdecir Galor/SMCS

A gralha-azul é um símbolo não só de Curitiba, mas de todo o estado do Paraná. A ave é conhecida como plantadora de pinhão. Isso porque ela enterra a semente para comer em épocas de escassez do alimento. Mas muitas vezes a gralha-azul esquece onde deixou o pinhão e ele germina e dá vida a uma nova araucária.  Assim como outros símbolos da cidade, a gralha azul também é rodeada de lendas. Uma delas diz que a cor original da gralha azul era outra. A gralha era preta. Segundo a escritora e contadora de lendas, Luciana Mallon, a gralha só se tornou azul depois que ela ficou amiga do pinheiro, que é o símbolo do Paraná.

A gralha azul é tão forte para a cidade que também já virou um personagem de história em quadrinhos. O Gralha fez a primeira aparição em 1997 em uma edição especial de uma revista em comemoração aos 15 anos da gibiteca de Curitiba. O super herói é, em sua identidade secreta, um adolescente estudante de cursinho, que mora sozinho na capital paranaense. Entre os poderes do super herói está a capacidade de voar e emissão de fortes barulhos, uma homenagem ao som que uma gralha faz.

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Gilda é um dos personagens mais marcantes que ganhou destaque nos anos 70, na Boca Maldita e ficou famosa por beijar as pessoas no centro da cidade. Gilda era na verdade Rubens Aparecido Rinke, um travesti, que sempre andava com barba por fazer e ao mesmo tempo usava saia. Não se sabe ao certo como Gilda chegou a Curitiba. Uma das principais versões é a de que abandonou um circo e decidiu ficar na cidade. Todo ano, no carnaval de rua de Curitiba, Gilda também desfilava e fazia brincadeiras com quem passasse por perto. Por isso, uma das principais marcas é a irreverência. Segundo a professora de sociologia e antropologia da Universidade Positivo, Eliane Basilio de Oliveira, Gilda foge do estereótipo do curitibano tradicional e representa a busca pela liberdade total.

Gilda morreu em 1983. Em 2008 foi criado um documentário chamado “Beijo na Boca Maldita”, que conta um pouco da história e das peculiaridades de Gilda.

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Nivaldo Lopes – Produtor e diretor do filme “A Guerra do Pente”

Muita gente acha que a guerra do pente é uma lenda. Mas ela realmente aconteceu em Curitiba. Ela foi uma grande revolta popular em dezembro de 1959. Tudo começou quando um subtenente da Polícia Militar foi até uma loja de um libanês, na Praça Tiradentes.

Ele queria comprar um pente, que na época custava muito pouco, cerca de 15 cruzeiros. Na época, havia uma campanha do governo de Moysés Lupion para aumentar a arrecadação. O consumidor que reunisse notas fiscais no valor de 3 mil cruzeiros poderia troca-las por um cupom para participar de um sorteio que dava um prêmio de um milhão de cruzeiros.

Mas pela legislação da época, os empresários não eram obrigados a fornecer a nota se o valor fosse muito baixo. A briga começou quando o comerciante se recusou a fornecer a nota para o subtenente. Durante a discussão o pente foi quebrado. A briga foi tão feia que a perna do subtenente quebrou e os seguranças da loja chegaram a jogar o policial no meio da praça Tiradentes, que na época, era o local de maior movimento na cidade.

A população se revoltou com a briga e começou uma quebradeira generalizada no centro da cidade. Foram três dias de confronto. Mais de 120 lojas foram quebradas. Mas por que a população se revoltou de uma maneira tão grande por causa de um pente?

O momento político era muito complicado naquela época. A dívida externa do país era muito alta e haviam muitas denúncias de corrupção, além de preconceito com determinadas etnias. Segundo a professora de História, Marcia Dalledone Siqueira, a guerra do pente foi um estopim que fez com que a população extravasasse.

A briga só terminou porque o senador Abilon de Sousa Naves, adversário de Lupion, teve um enfarte fulminante em um jantar e morreu. A população que gostava do político ficou comovida com a morte dele e aos poucos a guerra do pente foi controlada.

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Dalton Trevisan é um dos personagens mais significativos não só da literatura da cidade, mas de todo o Brasil. Conhecido como Vampiro de Curitiba, Dalton Trevisan, começa a ter destaque quando vira o editor da Revista Joaquim. Ele faz oposição a Emiliano Perneta, que seria o grande nome da literatura paranaense na época. Trevisan é o marco do modernismo no Paraná. Uma das características mais conhecidas dele é a reclusão. Mesmo indo sempre no mesmo restaurante, na mesma livraria, fazendo o mesmo trajeto para casa, ele não se permite conversar com ninguém. É avesso a qualquer tipo de contato. Tudo isso criou uma atmosfera de mistério em torno do nome dele. Trevisan tem uma linguagem concisa e popular. Ele se inspira nos moradores de Curitiba para mostrar um cotidiano sofrido e angustiante. Segundo o professor de Literatura do Curso Positivo, Fábio Bettes, na obra de Trevisan, as relações humanas são sempre vampirescas.

Atualmente os críticos literários colocam o Dalton Trevisan como o maior escritor brasileiro vivo. Trevisan foi eleito por unanimidade o vencedor do Prêmio Camões em 2012. No mesmo ano também recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

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O Passeio Público é o mais antigo e central de Curitiba. Ele foi inaugurado em 1886. Ele também abriga o primeiro zoológico da cidade. No começo, ele não tinha o mesmo visual que tem atualmente, até a iluminação era feita por lampiões. É na década de 1910 que os portões foram construídos. Eles seguem as linhas arquitetônicas do famoso cemitério dos cachorros, de Paris, na França. Um dos motivos para a criação do Passeio Público foi tentar resolver os problemas de terreno do local, que era um grande banhado e uma área alagadiça.

O Passeio Público trabalha com o conceito de parque linear, que é uma solução que cria reservatórios e lagos dentro da cidade para servir de amortecimento durante as cheias. Ou seja, o parque é feito justamente para inundar quando tiver muita chuva. Segundo o coordenador do programa de mestrado e doutorado em gestão ambiental da Universidade Positivo, Maurício Diédziki, a solução é boa porque não esconde o problema e trata dele de modo natural.

Na década de 70, com a concretagem do lago e a canalização do Rio Belém na Rua Ivo Leão, o lago passou a ser alimentado por água de poços artesianos. Atualmente, o Passeio funciona como sede do Departamento de Proteção e Conservação da Fauna. O zoológico foi transferido para o Parque Iguaçu em 1982.

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Nhô Belarmino e Nhá Gabriela formaram uma das mais famosas duplas de Curitiba. Formada por Salvador Graciano e Júlia Alves Graciano, a composição mais famosa dos dois é “Mocinhas da Cidade”. Uma curiosidade é que a música quase não foi gravada porque Nho Belarmino considerava a canção muito simples e achava que ela cabia melhor nos espetáculos que eles faziam. Em 2007, o cineasta Geraldo Pioli fez um documentário sobre a dupla e queria mostrar muito mais do que o lado musical deles. Ele descobriu muitas histórias sobre eles. Mas um ponto que chamou a atenção durante a pesquisa foi a honestidade de Nho Belarmino. Ele conta que um dia o cantor ia fazer um show em Ponta Grossa e parou para abastecer na estrada. Junto com a gasolina, completou o óleo do carro. Quando ele já estava na estrada percebeu que o dono do posto esqueceu de cobra-lo.

Em 2014 uma comédia musical sobre a dupla foi apresentada na cidade, contando inclusive com a participação de Ivan Graciano, filho da dupla. No centro de Curitiba, no cruzamento entre a Cruz Machado com a Alameda Cabral existe a Fonte Mocinhas da Cidade, em homenagem a dupla.

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Band News Curitiba - 96,3 FM

A BandNews Curitiba está na cidade desde 2006. A emissora caiu no gosto do curitibano e, atualmente, está entre as dez rádios mais ouvidas da cidade.

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