Coordenador da Receita Estadual pede exoneração em meio a investigações do Ministério Público

Foto: Secretaria da Fazenda
Foto: Secretaria da Fazenda

Após ter sido citado nas investigações da Operação Publicano, o coordenador da Receita Estadual do Paraná, José Aparecido Valêncio da Silva, decidiu deixar a função. Ele foi apontado como integrante do esquema de cobrança de propina de empresários e sonegação fiscal descoberto dentro do órgão. Com isso, o afastamento do cargo, que era comissionado, seria uma forma de preservar a imagem da instituição e também de demonstrar isenção diante da força-tarefa do Ministério Público. Pelo menos é isso o que afirma o advogado dele, Ronaldo dos Santos Costa.

O pedido de exoneração da coordenação da Receita foi protocolado na última segunda-feira (18). Valêncio estava à frente do órgão desde 1º de julho de 2014. A denúncia contra ele foi feita pelo auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, que está preso há quatro meses e firmou acordo de delação premiada, e que teria apontado, em vários depoimentos, o envolvimento do então coordenador da Receita no esquema. O advogado diz que ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação, mas que o cliente repudia qualquer alegação de participação em fatos ilícitos.

O advogado também esclarece que ainda não há informação sobre o setor para o qual Valêncio vai ser transferido após o período de férias. Ele também desqualifica Souza como uma fonte confiável para qualquer tipo de denúncia.

Valêncio é auditor concursado há cerca de 20 anos. No mês passado, ele teria recebido R$ 24.500 de salário, segundo informações do Portal da Transparência do governo do estado. Uma nova consulta realizada nesta quinta-feira (21) indica que o rendimento, agora, é de pouco menos de R$ 5 mil. Até agora, 62 pessoas foram denunciadas à Justiça pelo suposto esquema de recolhimento de propina investigado na Operação Publicano, deflagrada no dia 20 de março pelo Gaeco, do Ministério Público. Segundo o advogado Eduardo Duarte Ferreira, que representa o auditor fiscal preso, o cliente dele teria declarado que 10% da propina tinha Curitiba como destino. Os destinatários seriam superiores hierárquicos dos auditores. Luiz Antônio de Souza teria dito ainda que a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB) recebeu R$ 2 milhões de dinheiro obtido ilicitamente. O PSDB nega a acusação. Procurado, o governo do estado encaminhou à reportagem o pedido de exoneração de Valêncio por escrito, mas não comentou a saída dele do cargo.

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