A defesa de Lula desistiu da apelação em que pedia ao Supremo Tribunal Federal que o ex-presidente aguardasse em liberdade o julgamento de recursos contra a condenação dele na Lava Jato. O pedido poderia ser analisado nesta semana no STF. A defesa tenta evitar uma análise antecipada da inelegibilidade de Lula no Supremo.

O temor foi externado ontem (06) pelo ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. O ex-ministro foi indicado pelo PT para concorrer nas eleições, como vice-presidente.

A defesa pretendia que o pedido de liberdade fosse analisado na Segunda Turma do STF. No entanto, no final de junho, o ministro Luiz Edson Fachin remeteu o recurso para o plenário. Fachin sustentou que a medida cautelar passava pela análise do trecho da Lei da Ficha Limpa, que pode impedir a candidatura de condenados por um órgão colegiado.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o julgamento do pedido de liberdade acabaria antecipando a discussão em torno da possibilidade de Lula ser candidato à presidente.

Condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do Triplex do Guarujá, a defesa de Lula tenta suspender a execução provisória da pena. Se o STF acolher a tese do ex-presidente, Lula poderá se candidatar sem que a elegibilidade seja discutida.

O nome do ex-presidente vai ser registrado pelo PT na semana que vem, no último dia previsto pela legislação eleitoral.

Caso o STF não acolha os recursos da defesa de Lula, a inelegibilidade pode ser confirmada. Na sequência, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral negar o registro da candidatura. Hoje (07), Lula completa quatro meses de prisão.