Defesa tenta mudar julgamento de Carli Filho para outra cidade
A defesa do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho espera reverter, na próxima quinta-feira (8), a decisão do juiz Naor R. Macedo Neto que indeferiu a liminar do pedido de desaforamento do julgamento, feito no dia 25 de janeiro. Esse pedido é uma tentativa de transferir o júri para outra comarca.
Os advogados do ex-parlamentar alegam que a comoção popular em torno do caso e a forte cobertura da imprensa podem interferir na decisão do júri. O pedido foi negado pelo relator do processo.
O desembargador Telmo Cherem, do Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba, proferiu um despacho na sexta-feira (2) encaminhando o agravo regimental para julgamento pela Câmara de Desembargadores no dia 8 de fevereiro.
O advogado Elias Mattar Assad, assistente da acusação, diz que há motivos para que a transferência seja feita.
No dia 31 de janeiro, o juiz Daniel de Avelar, que deve conduzir o julgamento do ex-deputado, se posicionou oficialmente sobre a decisão de manter o júri popular do réu em Curitiba. Avelar ressaltou que, o próprio Carli Filho, como figura pública, alimentou a cobertura feita pela mídia, já que esta foi uma consequência da sua função e publicidade.
A Justiça afirma que a defesa teria usado de suposições, já que não há nenhum fato concreto que coloque em dúvida a isenção dos jurados e há uma grande multiplicidade de pessoas capacitadas à função de jurado. Os advogados da defesa não quiseram gravar entrevista com a reportagem nem comentar a decisão oficialmente.
O julgamento está marcado para os dias 27 e 28 de fevereiro em Curitiba. O ex-deputado é acusado de matar dois rapazes em um acidente de trânsito no dia 7 de maio de 2009, no bairro Mossunguê. Uma perícia indicou que ele seguia a 167 quilômetros por hora quando atingiu o veículo de Gilmar Rafael Yared, 26 anos, e Murilo de Almeida, 20. Os dois morreram na hora.