Delcídio do Amaral diz que Bumlai atuou em favor de Lula para estruturação de Instituto
O ex-senador Delcídio do Amaral, delator da Lava Jato, disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que nem todas as doações para campanhas eleitorais eram feitas de maneira oficial. O político disse que, entre outras coisas, as doações, se tratavam de propina. Delcídio do Amaral foi ouvido como testemunha de acusação em segunda ação penal que o ex-presidente Lula responde na Lava Jato em primeira instância. Neste processo, é investigada a compra de um terreno, pela Odebrecht, que seria destinado à construção de uma nova sede para o Instituto Lula. O ex-senador também afirmou em depoimento que o pecuarista José Carlos Bumlai trabalhou para a estruturação do Instituto Lula com ajuda da empreiteira Odebrecht.
Questionado sobre para quem Bumlai estava atuando, o ex-senador respondeu que o pecuarista atuava em favor do próprio ex-presidente Lula. Mas reafirmou que não tinha detalhes da ação, já que não participou de nenhum encontro para tratar do assunto.
Ainda prestaram depoimento nesta segunda-feira (22), o empresário da Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e o ex-presidente da empreiteira Camargo Correa, Dalton dos Santos Avancini. Na quarta-feira (24), serão ouvidos o ex-diretor de abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de serviços da estatal, Pedro Barusco. A fase com oitivas de testemunhas de acusação termina no dia 5 de junho. Na mesma data começam a prestar depoimento as testemunhas de defesa. A segunda etapa do processo segue até pelo menos 12 de julho. Até o momento, são 113 pessoas que devem depor em favor dos oito acusados. Só os advogados de Lula indicaram 87 testemunhas de defesa no processo. Também respondem criminalmente nesta ação, o ex-ministro Antônio Palocci e o empresário Marcelo Odebrecht.