Diminuição do número de delegados deixa equipe da Lava Jato sobrecarregada
A diminuição de nove para seis delegados dedicados à Lava Jato em Curitiba tem mantido a equipe sobrecarregada nas últimas semanas. Representantes da força-tarefa tanto da Polícia Federal quanto do Ministério Público Federal dizem temer que a qualidade do trabalho seja prejudicada neste momento em que estão sendo abertas novas frentes de investigação. A força-tarefa do Ministério Público Federal ainda se mantém com 13 procuradores e alguns reforços nas funções de assessoria. Em entrevista coletiva de divulgação de dados da 41.ª fase da operação, na sexta-feira (26), o delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato na Polícia Federal, evitou tratar a redução como um boicote à investigação, mas admitiu dificuldades. Segundo ele, a situação é consequência de limitações operacionais.
De acordo com o delegado, a redução no efetivo pode comprometer as investigações daqui para frente.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, do Ministério Público Federal, classifica como incompreensível a redução no número de delegados. De acordo com ele, as necessidades da Lava Jato em Curitiba não diminuíram e tendem a aumentar com novos acordos de delação e leniência homologados.
Grande parte dos agentes federais convocados para a equipe da Lava Jato em Curitiba vinha do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, unidades que estão recebendo o maior volume de procedimentos decorrentes de colaborações, principalmente da Odebrecht.