Em Curitiba, Gleisi enfrenta protestos de militantes contrários a acordo do PT com o PSB
Uma entrevista da senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, na saída da sede da Polícia Federal em Curitiba foi acompanhada nesta quinta-feira (2) por protestos de um grupo de militantes petistas de Pernambuco. Eles criticavam o acordo firmado com o PSB para a eleição presidencial. Além dessa aliança, o PT não descarta a possibilidade de acordo com o PCdoB da candidata presidencial Manuela D’Ávilla. A aliança com o PSB deve sacrificar candidaturas próprias do PT para o governo ema alguns estados onde o partido passa a apoiar candidatos do PSB. Seria o caso de Pernambuco.
Em troca, os socialistas, que poderiam apoiar Ciro Gomes, do PDT, se manteriam neutros no primeiro turno. Depois das visitas que o ex-presidente Lula recebeu na prisão dos músicos Martinho da Vila e Chico Buarque, e de senadora Gleisi Hoffmann, a senadora comentou pela primeira vez o acordo. Segundo ela, o PT ainda mantém a disposição de formar uma aliança de centro-esquerda.
Uma das candidaturas ameaçadas seria a da vereadora do PT, Marília Arraes, ao governo de Pernambuco, em troca do apoio à reeleição do governador Paulo Câmara, do PSB. Mesmo assim, o PT, no estado, decidiu não acompanhar a orientação nacional e lançou a candidatura em convenção, na noite desta quinta-feira (02). O acordo envolve ainda os estados do Amazonas, Amapá e Paraíba
. Gleisi Hoffmann diz que não descarta a possibilidade de Manuela D’Ávilla, do PCdoB, ser a candidata a vice na chapa petista, que tem Lula como candidato a presidente. Segundo a senadora, as conversas ainda serão feitas até o fechamento das atas das convenções.
Gleisi comentou ainda a visita dos músicos Chico Buarque e Martinho da Vila a Lula na prisão. Os dois deixaram a sede da Polícia Federal sem atender a imprensa ou conversar com os manifestantes que mantêm a Vigília Lula Livre. Apenas gravaram uma mensagem para a equipe de comunicação do PT, dizendo que encontraram Lula disposto, bem-humorado e decidido a manter a candidatura à Presidência da República.
Chico Buarque entregou a Lula um exemplar do livro “Comentários a uma sentença anunciada”, que reúne artigos de vários juristas sobre a sentença do juiz Sérgio Moro que condenou o ex-presidente. A obra tem na organização a advogada e professora curitibana Carol Proner, namorada de Chico Buarque.
Na sala onde está preso desde 7 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba, Lula tem recebido toda semana visitas em pelo três momentos. Às segundas-feiras, recebe um líder religioso; e às quintas ele pode receber a visita de familiares e de dois amigos. Advogados têm contato com o ex-presidente Lula sem necessidade de horário ou dia pré-determinado.