Em palestra, juiz Sérgio Moro defende mudanças no processo judicial brasileiro
Em palestra de pouco mais de uma hora, na noite de quarta-feira, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato, falou sobre o tema “lavagem de dinheiro”, usando como exemplo a “operação mãos limpas”, investigação judicial italiana que esclareceu casos de corrupção na década de 90. O caso já havia sido temas de artigos do magistrado antes mesmo de ser deflagrada a Operação Lava Jato. Sobre a operação que julga atualmente, Sérgio Moro evitou falar, mas ele agradeceu o apoio da opinião pública ao caso.
A operação italiana Mãos Limpas começou com a prisão, em 17 de fevereiro de 1992, do agente público Mário Chiesa, ao receber propina de um empresário. O valor, na época, era de cerca de US$4 milhões. A partir disso, Chiesa passou a colaborar com a justiça, e o caso tomou grandes proporções.
Sérgio Moro brincou, fazendo um comparativo entre o número de prisões da operação italiana e da brasileira.
O caso italiano resultou na condenação de diversos políticos do país, o que resultou, inclusive, na extinção de partidos políticos, que perderam apoio popular.
O juiz federal fez também um paralelo entre o processo judicial italiano e o brasileiro. Mesmo evitando falar especificamente sobre a Lava Jato, ele demonstrou preocupação em relação ao que chamou de vícios que a nossa justiça herdou da europeia.
Sérgio Moro aproveitou também para defender um projeto de lei proposto ao senador pela Associação dos Juízes Federais do Brasil, que busca evitar que se protelem prisões enquanto correm os prazos para recursos nos processos.
A palestra foi organizada pelo Instituto de Advogados do Paraná (IAP) e contou com a presença do Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Paulo Roberto Vasconcelos, o presidente do IAP, o advogado José Lucio Glomb, o advogado Hélio Gomes Coelho Júnior e o presidente do Sistema Fecomércio PR, Darci Piana.