Ex-diretor da Assembleia Legislativa, Abib Miguel, deve permanecer preso por tempo indeterminado
O ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, conhecido como Bibinho, deve permanecer preso por tempo indeterminado. Ele está detido desde sexta-feira (17) no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na grande Curitiba. Bibinho é investigado na operação batizada de Castor, deflagrada na semana passada, que apura a extração de madeira em fazenda que estava bloqueada pela Justiça.
De acordo com as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, a propriedade em Rio Azul, na região central, não poderia ser explorada.
Entretanto, Bibinho teria construído até mesmo uma estrada para remover a madeira. A operação também envolveu propriedades do prefeito daquele município, Rodrigo Solda, do PSDB, e familiares dele. Bibinho já foi condenado duas vezes por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Entre os anos de 1997 e 2010, ele teria sido responsável pelo desvio de R$ 216 milhões, envolvendo a contratação de pelo menos 97 funcionários “fantasmas” na Assembleia Legislativa. Segundo a denúncia, os recursos desviados eram “lavados” por meio da aquisição de imóveis urbanos e rurais onde eram extraídos minérios e madeira.
Os imóveis bloqueados pela Justiça estão localizados no Paraná, mas também há propriedades em Goiás, Tocantins, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Santa Catarina e São Paulo. Bibinho teve as condenações anuladas pelo Tribunal de Justiça do Paraná.
O entendimento dos desembargadores foi de que houve cerceamento da defesa durante a condução do processo. As ações então retornaram para a primeira instância. Depois disso, Bibinho passou a ser réu mais uma vez. Atualmente tramitam três ações contra ele.
Duas sobre os desvios da Assembleia e outra relacionada a uma mala de dinheiro. Bibinho foi preso no Aeroporto de Brasília, em 2014, com 70 mil reais em espécie.