Ex-presidente da OAS apresenta documentos de obras no Tríplex e no sítio em Atibaia
A defesa do ex-presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, anexou a ação penal do tríplex do Guarujá vários documentos que podem comprovar as obras que foram realizadas no apartamento e ainda no sítio em Atibaia, interior de São Paulo.
As melhorias nas duas estruturas integram o processo que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado pelo Ministério Público Federal de ser beneficiado com propinas da empreiteira que, em troca, vencia licitações públicas.
Em contrapartida, a defesa do ex-presidente Lula também entregou à Justiça novos documentos que comprovariam que o tríplex jamais foi reservado ao cliente.
Léo Pinheiro prometeu ao juiz Sérgio Moro entregar todos os documentos quando prestou depoimento e afirmou que o tríplex estava reservado para Lula.
Os advogados do ex-executivo anexaram cópias de uma agenda eletrônica de celular, de mensagens de texto e e-mails que revelariam que Pinheiro, o ex-presidente Lula, o Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto e o ex-tesoureiro do PT, João Vacari Neto teriam se encontrado em vários momentos.
Nas novas provas incluídas no processo, constam ainda uma análise de custos para as reformas no sítio e no apartamento que datam de outubro de 2014 e que teriam sido feitas pela OAS. Não constam os valores exatos pagos em cada obra.
Os advogados de defesa de Lula também anexaram na noite desta segunda-feira (15) uma série de documentos que apontam que o tríplex jamais teria sido entregue ao ex-presidente. Entre eles estão a matrícula do prédio Solaris, em que o apartamento aparece em nome da OAS.
A defesa alega que o ex-presidente e a ex-primeira dama, Marisa Letícia, chegaram a visitar o imóvel, no entanto não ficaram com ele. A ação penal recebeu ainda mais 70 documentos anexados pelo MPF, que não comenta qual é a relevância do material ao julgamento.
Tudo o que foi entregue à Justiça poderá ser usado pelos advogados e pelos procuradores que devem se manifestar em prazos diferentes determinados pelo juiz Sérgio Moro. Nos dias 2, 6 e 20 do mês que vem encerram os períodos para a acusação, a Petrobrás e as defesas dos acusados se manifestarem.
Além do ex-presidente Lula, são réus neste processo quatro ex-executivos da OAS – entre eles o empresário Léo Pinheiro –, o advogado Roberto Ferreira e o presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto.
Lula é acusado dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, por suposto recebimento de benefícios da OAS, por meio da compra e reforma de um apartamento triplex no Guarujá e do armazenamento de bens presidenciais. Em contrapartida, a OAS teria sido beneficiada em três contratos com a Petrobras.