O ex-senador Delcídio do Amaral e mais dez pessoas passam a responder como réus a um processo por irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, realizada em 2005 pela Petrobras. A denúncia havia sido apresentada pelo Ministério Público Federal em dezembro do ano passado.

Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato afirmam que a belga Astra Oil, dona da refinaria, pagou US$ 17 milhões em propinas a ex-funcionários da Petrobras e ao ex-senador. Delcídio do Amaral firmou com a Procuradoria Geral da República (PGR) um acordo de delação premiada em troca de uma possível redução de pena. Os réus são acusados da prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Entre os acusados, estão o ex-vice-presidente da Astra Oil Alberto Feilhaber; os operadores financeiros Raul Davies, Jorge Davies e Gregório Marin Preciado; os ex-funcionários da Petrobras Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Cezar de Souza Tavares, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles.

Segundo a denúncia, em 2005, Alberto Feilhaber teria negociado com o então gerente executivo da Diretoria Internacional da Petrobras Luis Moreira o pagamento de propina de US$ 15 milhões para que funcionários da Petrobras atuassem em favor dos interesses da empresa belga no processo de compra de 50% da refinaria de Pasadena pela Petrobras. O ex-senador Delcídio do Amaral Gomez também teria recebido pelo menos US$ 1 milhão desse montante.

A denúncia indica que ainda teria havido um acerto adicional de propina, também em 2005, no valor de US$ 2 milhões, feito entre Alberto Feilhaber e os então funcionários da Petrobras Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco. Entre os procedimentos de investigação, a Força Tarefa Lava Jato usou informações levantadas em cooperação jurídica internacional e rastreamento de transações bancárias no Brasil e no exterior.