Política

Fruet e Greca evitam confronto no último debate

O último debate entre candidatos à Prefeitura de Curitiba antes da votação em primeiro turno, no domingo, foi marcado por cautela entre os principais adversários. Os dois primeiros colocados nas recentes pesquisas de intenção de voto, o ex-prefeito Rafael Greca, do PMN, e o atual prefeito Gustavo Fruet, do PDT, evitaram o confronto direto.

Em quatro blocos de perguntas e respostas, o encontro promovido pela RPC-TV ontem (quinta) à noite, não teve embate entre os dois. Temas polêmicos discutidos à exaustão na campanha e na Justiça Eleitoral ficaram de fora do debate. Gustavo Fruet atribuiu a postura ao formado do programa.

Em dois blocos, alternados, os candidatos responderam perguntas entre si sobre temas sorteados. Nos outros dois, fizeram perguntas sobre temas livres aos adversários.

Marcado também como ensaio de alianças em um provável segundo turno, o debate da véspera da eleição transpareceu a escolha dos candidatos por fazer perguntas a adversários menos contraditórios. Rafael Greca direcionou todas as perguntas nos três primeiros blocos à candidata Maria Victória, do PP, filha da vice-governadora do estado, Cida Borgheti.

Depois de passar a semana explicando no horário eleitoral declarações polêmicas, Greca disse que evitou confrontos e ironias porque ‘não precisa atacar ninguém’.

Quem tentou elevar o tom do debate, logo na abertura, foi o deputado estadual Requião Filho, candidato do PMDB.

Sorteado para abrir a rodada de perguntas, com o tema “funcionalismo”, que foi pré-definido, o candidato já aproveitou a primeira oportunidade para atacar a aliança de Rafael Greca com o governador Beto Richa, do PSDB.

Greca respondeu que vai tratar os servidores “com carinho” e citou propostas de melhorias no plano de saúde do funcionalismo. Ele rebateu a crítica à aliança com o Beto Richa dizendo que pretende ampliar o diálogo entre governo e prefeitura.

O candidato Ney Leprevost, do PSD, foi o que mais direcionou críticas à gestão do prefeito Gustavo Fruet. Junto com Requião Filho e Tadeu Veneri, estava entre os que, em alguns momentos, tentaram “esquentar” o debate. Apesar disso, também evitou ataques diretos.

Em postura parecida com a de Maria Victoria, Ney Leprevost disse que está confiante e que espera conseguir uma vaga segundo turno.

Em uma das perguntas mais ‘ásperas’ que direcionou ao prefeito, Leprevost falou sobre transparência e questionou gastos com propaganda, citando um caso que uma foto de Fruet teria sido reproduzida em uma revista como parte de uma campanha da prefeitura. Fruet disse que houve um erro nesse caso e devolveu o ataque.

A candidata Maria Victoria também direcionou críticas ao atual prefeito. Ela aproveitou para reafirmar proposta de investir na primeira infância, incluir aulas de inglês em todas as turmas de educação básica, oferecer passe livre apara os estudantes e reintegrar o transporte público com a região metropolitana. O entrosamento entre ela e Rafael Greca ficou explícito.

Mesmo sendo alvo de quase todos os adversários, Gustavo Fruet foi evitado, na medida do possível, pela maioria dos debatedores. Nos dois primeiros blocos, ele foi o último candidato escolhido para responder.

As duas vezes, quem escolheu Fruet foi Tadeu Veneri, com quem discutiu cultura, regularização fundiária e a questão do lixo. Tadeu Veneri, antes de entrar para o debate, no lado de fora da emissora, já destacou a seleção que fez dos temas que considera mais importantes.

O debate não contou com a participação de dois candidatos: Xênia Melo, do Psol, e Ademar Pereira, do Pros. De acordo com a legislação eleitoral, a presença de candidatos de partidos com menos de nove deputados federais nos debates é facultativa às emissoras organizadoras. A RPC-TV decidiu que somente convocaria esses candidatos se eles obtivessem mais que 5% das intenções de votos nas pesquisas encomendadas pela emissora.

 

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