Uma idosa de 86 anos foi “esquecida” na sala de espera da empresa Gol no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na última quarta-feira (01). A aposentada Célia Domingues saiu de Detroit, nos Estados Unidos, na terça, e chegou à capital paulista na manhã de quarta para uma conexão antes de chegar em Curitiba. Como fez uma reconstrução de quadril e tem dificuldades de se locomover, a idosa usava uma cadeira de rodas no aeroporto. Como o voo para Curitiba demoraria pelo menos cinco horas, ela foi levada a uma sala de espera por uma funcionária da companhia. A neta de Célia, Fernanda Domingues, explica que ao perceber que o horário do embarque estava próximo, a aposentada percebeu avisou uma representante da empresa.

Célia perdeu o avião e só chegou a Curitiba quatro horas depois do previsto. A Gol informou que, após o episódio, trabalhou para encaixar a idosa no próximo voo, mas que ela deveria ter se dirigido à área de check-in.

Para a coordenadora do Procon, Claudia Silvano, a postura da empresa não condiz com o Código de Defesa do Consumidor. Isso porque a companhia aérea sabia das dificuldades de locomoção da idosa e teria que se responsabilizar pelo embarque dela.

Claudia Silvano argumenta que houve danos para a aposentada e que a empresa pode responder judicialmente pelo caso.

Em nota, a Gol disse que “trabalha de forma contínua para aprimorar o atendimento” e que vai se manifestar nos autos do procedimento aberto pela família no Procon. Nessa semana, a Gol foi autuada pela Anac – a Agência Nacional de Aviação Civil no caso que envolveu uma passageira cadeirante no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. A multa chega a 230 mil reais. Em dezembro do ano passado, a coordenadora de comunicação Katya da Silva, de 39 anos, teve que subir as escadas se arrastando porque a empresa não tinha na ocasião o elevador capaz de leva-la com a cadeira de rodas. Katya se recusou a ser carregada pelos funcionários da companhia e subiu as escadas sozinha. A Gol tem até 20 dias para apresentar defesa da atuação.