Imigrantes que tentam recomeçar a vida em Curitiba enfrentam uma série de problemas no mercado de trabalho

 Imigrantes que tentam recomeçar a vida em Curitiba enfrentam uma série de problemas no mercado de trabalho

(Foto: Renato Alves / MTE)

(Foto: Renato Alves / MTE)

Atraso e o não pagamento de salários e de férias, preconceito e assédio moral são os problemas mais comuns enfrentados por trabalhadores imigrantes em empresas curitibanas.

De acordo com informações da Casa Latino Americana, a Casla, que oferece auxílio jurídico àqueles que chegam a cidade vindos de outros países, a cada semana, cerca de dois imigrantes buscam atendimento na instituição devido problemas trabalhistas. A maior parte são haitianos, nigerianos e sírio-libaneses.

O advogado Adriano Falvo, voluntário da Casla, explica que muitas vezes o imigrante encontra uma série de dificuldades quando chega à capital.

O advogado ainda salienta que o preconceito no mercado de trabalho é muito comum. A expectativa, infelizmente, é de que, com a chegada de mais imigrantes ao Paraná, vindos agora da Venezuela, a procura por atendimento na Casla cresça ainda mais.

O haitiano Guernald Saint Louis  que vive em Curitiba há 4 anos, foi demitido recentemente. Ele passou quase um ano como funcionário de uma empresa de limpeza.

Com muita dificuldade em se expressar com a língua portuguesa, Guernald conta que a jornada era extensa, chegava a ultrapassar nove horas por dia, os trabalhadores não recebiam vale alimentação e no local não tinha nem ao menos uma cozinha instalada. Ele também recebia menos do que o que o combinado em contrato de trabalho.

Guernald conta que, com o tempo, acabou adquirindo uma alergia, provavelmente por causa do uso dos produtos de limpeza. Ele diz que o problema de saúde – que o impedia de usar desodorante – impulsionou a demissão.

Guernald veio para o Brasil um tempo depois do terremoto que matou mais de 300 mil pessoas em janeiro de 2010 no Haiti. Descrentes da recuperação econômica daquele País, muitos haitianos vieram pra cá para recomeçar a vida. Imigrantes sírio-libaneses, latino-americanos e de outros países africanos também buscam um emprego no Brasil, mais especificamente no Paraná.

Segundo dados do Centro Estadual de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Estado, de outubro do ano passado até o final do mês de janeiro deste ano, 294 imigrantes se cadastraram junto ao órgão que é vinculado à Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos.

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