Inquérito que pode tornar Lula réu mais uma vez chega aos procuradores da Lava Jato no MPF
Parado há pelo menos três meses, o inquérito que investiga se o ex-presidente Lula cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por meio da empresa de eventos, a LILS Palestra, foi encaminhado aos procuradores da Lava Jato no Ministério Público Federal. De acordo com as investigações, a empresa do petista recebeu 9 milhões e 300 mil reais das principais empreiteiras do país, sem a comprovação de que todas as palestras foram realizadas mesmo após o pagamento. A partir do envio das informações ao MPF, os procuradores podem apresentar denúncia ao juiz Sérgio Moro, que decide se abre ou não uma nova ação penal contra Lula.
Desde 2015, ano em que foi instaurado o inquérito, a investigação estava nas mãos do delegado Márcio Anselmo. No entanto, na última quinta-feira (08), o delegado Dante Pegoraro Lemos assumiu o procedimento criminal já que Anselmo foi transferido para Vitória, no Espírito Santo. As delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht também devem ser anexadas ao processo para dar suporte às investigações, já que a empreiteira é uma das que fazia parte do cartel que combinava preços de contratos com a Petrobras e que teria pago pelas palestras de Lula. As suspeitas são que os pagamentos feitos por apresentações realizadas pelo petista, no Brasil e em países da América Latina, América Central e África possam ter ocultado propinas. O ex-presidente Lula já é réu em duas ações penais em primeira instância e é alvo de denúncia em um terceiro procedimento que investiga reformas do sítio de Atibaia (SP). Fora de Curitiba, Lula é réu em outras três ações penais da Lava Jato, Zelotes e Janus.