O principal jornal da Indonésia, o Jakarta Post, publicou uma lista que não é oficial, mas indica os 11 nomes de estrangeiros que estariam no próximo grupo a enfrentar o pelotão de fuzilamento. O nome do paranaense Rodrigo Gularte, condenado à morte por tráfico de drogas, é o 11.º da lista. Enquanto isso, a família dele, acompanhada de advogados e de diplomatas brasileiros, corre contra o tempo para fazer um laudo psiquiátrico oficial e conseguir autorização para uma internação do paranaense. De acordo com o Jakarta Post, o procurador-geral da Indonésia disse, em uma reunião com parlamentares, que o governo ainda está estudando o cronograma e o local das próximas execuções.

À imprensa, o procurador se recusou a confirmar o número exato de presos que serão executados. Mas em uma ocasião anterior, segundo o Jakarta Post, a Procuradoria Geral da República da Indonésia confirmou que a lista de próximos executados incluía os 11 nomes para os quais o presidente do país, Joko Widodo, rejeitou pedidos de clemência.

Para a família, a Embaixada brasileira confirmou que haverá execuções dentro de 22 dias. Na Indonésia, uma prima de Rodrigo, Angelita Muxfeldt, volta à prisão da cidade de Cilacap, a 400 quilômetros de Jacarta. Será a quinta visita desde que ela viajou para o Indonésia, há pouco mais de duas semanas. Angelita será acompanhada, segundo informações da família aqui no Brasil, de um professor autorizado a fazer um exame psiquiátrico oficial, que se pretende incluir no processo penal. Um exame preliminar indicou que Rodrigo está com esquizofrenia. Se o laudo oficial confirmar a doença, Rodrigo teria uma chance de se valer da legislação local, que impede a execução de pessoas vulneráveis.

Mas além de convencer as autoridades, é preciso enfrentar a resistência do próprio Rodrigo, que tem vivido crises de alucinação e confusão mental. Ele se recusa a ser internado porque tem medo de sair da prisão. A intenção agora é conseguir uma autorização para uma internação compulsória. Rodrigo Gularte foi preso há quase 11 anos, em 31 de julho de 2004, no aeroporto de Jacarta, com 6 quilos de cocaína escondidos em oito pranchas de surf. Na época, ele tinha 32 anos. Hoje ele está com 42.