Justiça concede reintegração de posse em área ocupada por acampamento ao lado da Rodoferroviária
O acampamento no pátio ao lado da Rodoferroviária de Curitiba deve ser desmontado até amanhã (quinta, 11). É isso, ao menos, o que determina a Justiça Federal do Paraná, em uma liminar concedida nessa terça-feira (9).
A decisão é do juiz federal Friedmann Anderson Wendpap e atende a um pedido de reintegração de posse feito pela ALL, a América Latina Logística, que detém a concessão da ferrovia. O argumento da empresa é o de que a área em questão é operacional e a ocupação afeta o bom desenvolvimento das atividades de transporte de cargas.
Na prática, todavia, a liminar não muda muita coisa, uma vez que os manifestantes já pretendiam sair do local no início desta quinta-feira. Segundo Diego Moreira, que integra a coordenação da Frente Brasil Popular – uma das mais de 80 organizações que estão no acampamento – não há a menor intenção de desobedecer à Justiça, tanto que os manifestantes colocaram cercas em alguns pontos, atendendo assim à outra exigência que consta dessa mesma decisão.
Ele explica também que, embora o grupo de mais de mil pessoas, de acordo com a Prefeitura de Curitiba, preste apoio ao ex-presidente Lula, que depõe hoje ao juiz federal Sérgio Moro, o objetivo da mobilização é bem mais amplo.
Na decisão judicial, o magistrado ressalta que a Secretaria de Patrimônio da União autorizou o uso temporário do terreno, que é um bem público, pelos manifestantes. Mas compreende que essa permissão não levou em conta que a área é usada pela empresa para manobrar trens, causando risco às pessoas que ali estão – inclusive crianças. Foi por essa razão que o juiz determinou a instalação de cercas delimitando o terreno que é de posse da União da área operacional da empresa. Outro problema verificado no acampamento foi um ataque durante a madrugada desta quarta.
De acordo com os manifestantes, um homem encapuzado disparou rojões de cima do viaduto do Capanema, vizinho ao terreno, por volta da meia-noite. O artefato atingiu em cheio uma das barracas, ferindo as duas pessoas.