São retomados hoje (21) os depoimentos dos réus da Operação Carne Fraca, que apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. As audiências têm relação com as primeiras etapas da operação, deflagradas durante o ano passado.

Dois delatores são interrogados novamente pelo juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, desde às 9h da manhã: a ex-chefe do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Maria do Rocio Nascimento, e o ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves Filho.

Em audiências realizadas na semana passada, ambos confirmaram que havia a cobrança de propina de empresários por parte de fiscais federais ligados ao Ministério da Agricultura.

As vantagens indevidas seriam entregues a servidores públicos por empresas que eram alvos de fiscalização, como frigoríficos. Pelo acordo de colaboração, homologado pelo Supremo Tribunal Federal em dezembro do ano passado, o réu Gonçalves Filho vai pagar uma indenização de dois milhões de reais.

O valor será depositado em cinco parcelas, a partir de agosto. O ex-superintendente foi preso apontado como chefe do esquema de propina. Gonçalves Filho ocupou o cargo entre julho de 2007 e fevereiro de 2014 e também entre junho de 2015 e abril de 2016.