Laudo da PF indica que Odebrecht usou recursos de caixa dois para reforma no Sítio de Atibaia

 Laudo da PF indica que Odebrecht usou recursos de caixa dois para reforma no Sítio de Atibaia

Um laudo pericial apresentado pela Polícia Federal nesta quarta-feira (16) à Justiça Federal indica a saída de recursos de caixa dois da Odebrecht para supostamente financiar reformas no Sítio de Atibaia, frequentado pelo ex-presidente Lula. A perícia foi realizada nos sistemas da empreiteira que seriam usados para manter controle do pagamento de propinas.

O laudo confirma quatro entradas e duas retiradas correspondentes de recursos no total de R$ 700 mil indicadas em planilhas como da obra “Aquapolo”. O valor corresponde, contabilmente, à tese do Ministério Público Federal, que acusa o ex-presidente Lula de ter sido beneficiado pela Odebrecht em recursos para reformas no Sítio de Atibaia.

Um dos 77 delatores da Odebrecht, o engenheiro Emyr Diniz Costa Junior, foi o responsável pelas obras do sítio em Atibaia. Ele afirma que pagamentos destinados à reforma e que totalizam R$ 700 mil foram realizados no escritório do Aquapolo, obra de saneamento localizada na Região do ABC Paulista, onde o engenheiro trabalhava à época. De acordo com o laudo da Polícia Federal, em resposta a um dos questionamentos apresentados pela defesa de Lula, tanto obras relacionadas à Aquapolo quanto obras relacionadas à Petrobrás foram utilizadas pelo Setor de Geração da Odebrecht para produzir recursos de Caixa Dois, “com transferências para o Caixa Único, gerenciado pelo Setor de Operações Estruturadas”, como era conhecido o departamento de propinas da empreiteira.

Segundo os peritos, os quatro ingressos de recursos, que totalizaram R$ 700 mil, foram destinados à conta denominada “Caixa Livre Salvador – Real”, uma conta que seria parte do Caixa Único gerenciado pelo Setor de Operações Estruturadas. Os dois pagamentos correspondentes de mesmo valor saíram, de acordo com o laudo, do Caixa Único, especificamente da conta “Caixa Livre Salvador – Real”.

Ao responder um dos questionamentos do juiz Sérgio Moro, os peritos afirmam que não foram encontradas nas pesquisas efetuadas nos sistemas Drousys e MyWebDay documentos ou lançamentos que façam referências a termos como Atibaia, Sítio e Santa Bárbara, que é o nome da propriedade. Sem essas referências, a defesa de Lula avalia que o laudo da PF afasta a relação da planilha apresentada pelo ex-executivo da Odebrecht e o sítio.

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins chama a perícia de ‘inaceitável’. Ele afirma que a ‘planilha apresentada pelo delator se refere expressamente a obras realizadas no projeto Aquapolo, realizado na SABESP, ligada ao Governo do Estado de São Paulo — sem qualquer relação com Petrobras e muito menos com Lula’.

O advogado ainda sustenta que ‘a acusação se reportou a 7 contratos específicos da Petrobras’ e que a defesa teria demonstrado ‘que nenhum valor desses contratos foi destinado ao ex-Presidente Lula’. Para Zanin, ‘busca-se criar um “caixa geral” com recursos da Petrobras com base em mera retórica’. A defesa afirma que o laudo serve ‘para a escolha da jurisdição de acordo com a conveniência dos agentes envolvidos’.

Na ação penal que deu origem à perícia, o ex-presidente Lula é acusado de ter recebido vantagens indevidas da OAS, da Odebrecht e da Schahin Engenharia, em forma de benfeitorias no sítio, que totalizaram pouco mais de R$ 1 milhão.

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