O dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, que foi convocado a prestar depoimento à Justiça Federal do Paraná na tarde desta segunda-feira preferiu ficar em silêncio durante a audiência. Pessoa foi intimado a depor em ação penal em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. O presidente da construtora ainda é apontado como organizador do “clube das empreiteiras” que combinava preços e fraudava licitações da Petrobras. De acordo com a advogada Carla Domenico, uma nova data de depoimento deve ser solicitada ao juiz federal Sergio Moro para que a defesa possa coletar novas provas contra as acusações.

Durante o depoimento de segunda (4) Ricardo Pessoa poderia rebater as acusações contra ele, mas por uma estratégia da defesa ficou calado. Ele está entre os nove réus da sétima fase da Operação Lava Jato que cumprem prisão domiciliar desde a última quarta-feira.

O empresário Márcio Bonilho, responsável pela administração da importadora Sanko-Sider, também foi ouvido pelo Juiz Sérgio Moro. Bonilho é investigado na Operação Lava Jato por suspeita de participação no esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina chefiado pelo doleiro Alberto Youssef. Em depoimento, Bonilho esclareceu de que forma se davam as transações com a empreiteira Camargo Correia. O empresário é acusado de ter pago pelo menos 30 milhões de reais em comissão à Youssef por intermediação de negócios da empresa com grandes construtoras. O advogado de defesa, Flávio D’Urso nega as acusações e esclarece que todos os serviços prestados estavam de acordo com a lei.

Nesta tarde ainda falaram à Justiça, o ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira e Adarico Negromonte Filho, acusado de transportar dinheiro de propina para agentes políticos e de ter ligação com o doleiro Alberto Youssef. Pela manhã prestaram depoimento os funcionários afastados da empreiteira Camargo Correia: o ex-presidente da empresa, Dalton Avancini, o vice-presidente, Eduardo Leite e o presidente do Conselho de Administração, João Ricardo Auler.