Liminar determina despejo 800 famílias na CIC

A Polícia Militar pode cumprir nos próximos dias uma ordem de despejo contra 800 famílias organizadas na Ocupação Tiradentes, na Cidade Industrial de Curitiba. A ocupação é organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST.

Desde o dia 17 de abril de 2015, as famílias ocupam a área de 145 mil metros quadrados, tida como uma das maiores ocupações organizadas do Sul do País.

Uma ação reivindicatória de posse, com liminar emitida na semana passada pela Justiça, pressiona o despejo pela Polícia Militar.

A ação é movida pela massa falida da empresa Stirps, que subloca o terreno ocupado pelas famílias para a empresa Essencis, que tem um aterro na região. A Essencis emitiu uma ação pedindo a execução da ordem de despejo e a punição do comando da PM por meio de multas, em caso de descumprimento.

Segundo um dos líderes do MTST, Fernando Marcelino, o grupo fez uma reunião nesta semana com representantes do poder público para organizar a retirada das famílias.

O local é reivindicado há mais de um ano por quem busca habitação e pela empresa Essencis Soluções Ambientais. Segundo Marcelino, a Ocupação Tiradentes já era uma alternativa depois de outros despejos.

Os membros do movimento reclamam do congelamento do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, que recentemente suspendeu a construção de 11 mil casas no país.

Também é criticada pelo MTST a falta de regulamentação em Curitiba do programa Aluguel Social, que paga por moradia de famílias em situação de risco, justamente em casos de despejo e falta de alternativa. Segundo o movimento, as casas da Cohab não dão conta da demanda.

A Polícia Militar não costuma avisar a data exata da operação de reintegração de posse. Os moradores da ocupação temem que seja a qualquer momento.

Os moradores da ocupação ainda aguardam um recurso do Ministério Público que pode suspender a liminar. No início do ano, uma primeira liminar de reintegração de posse já havia sido suspensa pela Justiça, por falta de política pública para realocar as famílias.

A Polícia Militar informou hoje (quinta) que quando recebe determinação da Justiça faz o planejamento da reintegração e cumpre a determinação. A data não é anunciada para que não haja organização de resistência.

A prefeitura informou que acompanha a situação da Ocupação Tiradentes através da Companhia de Habitação Popular (Cohab) e da Fundação de Ação Social (FAS).

Nesta semana, a Cohab e FAS participaram de uma reunião do Ministério Público do Paraná com os representantes da comunidade para discutir as formas de apoio às famílias.

Os Centros de Referência de Ação Social (Cras) vão fazer o acompanhamento das famílias, em caso de reintegração de posse da área. Em relação ao Aluguel Social, a assessoria de imprensa da prefeitura informa que a Cohab trabalha para regulamentar o benefício o mais breve possível.

Protesto

Amanhã (sexta) à noite, moradores da Ocupação Tiradentes vão fazer uma quermesse, de oração coletiva. No sábado, além do MTST, integrantes da Frente Antifascista, do Levante Popular da Juventude, membros do PSOL e do PC do B, e outros 16 grupos organizados, devem promover uma manifestação na região.

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