Mais de quinhentos casos de violência contra crianças foram registrados no Hospital Pequeno Príncipe em 2016
Quinhentos e trinta e três casos de violência contra crianças foram registrados no Hospital Pequeno Príncipe, somente no ano passado. O número é 28% maior do que os atendimentos realizados no ano de 2015, que totalizaram quatrocentas e quinze ocorrências. De acordo com os dados divulgados pela instituição, 2016 registrou mais de duzentas e noventa agressões sexuais, oitenta e três físicas e seis ocorrências de agressão psicológica. Além disso, cento e quarenta e dois casos de negligência foram verificados no hospital. De acordo com a psicóloga do Hospital Pequeno Príncipe, Daniela Prestes, o aumento anual de violências contra crianças é preocupante.
Em 2013, o número de casos chegou a trezentos e setenta e três. Em 2014, o aumento foi de mais de 1%, totalizando trezentas e setenta e oito ocorrências. De 2014 a 2015, o aumento foi ainda mais significativo. Os casos de agressões contra crianças aumentaram em quase 10%. No total, mais de 61% das vítimas atendidas no ano passado eram meninas, sendo que 30% das crianças tinham até dois anos de idade.
De acordo com a Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância, 18 mil crianças são vítimas da violência doméstica, diariamente, no Brasil. Segundo Daniele Prestes, 71% dos casos de agressão registrados no Pequeno Príncipe, ocorreram no ambiente familiar. 52% dos agressores eram a mãe, o pai, amigos, conhecidos, ou até mesmo o padrasto.
Hoje é o Dia Nacional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes que é lembrado com o objetivo de reforçar o cuidado e proteção a meninos e meninas, assim como a importância da denúncia em casos de suspeitas de maus-tratos. Neste ano, o Hospital Pequeno Príncipe promove a campanha “Quem ama cuida. Quem cuida protege. Quem protege denuncia”. A meta, segundo a instituição é reforçar a ideia de que a sociedade tem como responsabilidade cuidar das crianças que sofrem violência, transformando a vida de cada uma delas. O hospital orienta que a denúncia pode ser feita à prefeitura de Curitiba, pelo telefone 156; ao governo do Estado, pelo número 181; e ao governo federal, pelo Disque 100.