O juiz Sérgio Moro decretou nesta segunda-feira (03) a quebra do sigilo bancário e o bloqueio de valores mantidos em contas no exterior dos lobistas Jorge e Bruno Luz, pai e filho que teriam atuado como operadores do PMDB no esquema de desvio de recursos na Petrobras.

A medida solicita o acesso a todos os documentos relativos a pelo menos sete contas, e são eles, cadastros, informações de abertura, extratos, ordens de pagamento, comunicações entre banco e cliente e identificação das transações. No despacho, Moro destaca o envolvimento dos operadores em seis episódios de corrupção e lavagem de dinheiro e que, segundo constatação do Ministério Público Federal, ambos também controlariam direta ou indiretamente empresas que receberam valores no esquema criminoso.

Jorge e Bruno Luz estão presos no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba e foram detidos na trigésima oitava fase da Operação Lava Jato. No despacho, Moro ressalta a relevância para a investigação da identificação da origem dos créditos e do destino dos débitos das contas dos acusados. Somente com toda esta documentação será possível identificar integralmente a natureza das movimentações financeiras.

Os lobistas são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal, Jorge e Bruno Luz movimentaram mais de 40 milhões de dólares em propinas a peemedebistas e agentes públicos em cinco contratos da estatal no Brasil e no exterior.

Outras sete pessoas também são rés neste processo, entre elas estão os executivos do grupo Schahin, Milton Schain e Fernando Schahin, os doleiros Jorge Davies e Raul Davies e os ex-gerentes da Área Internacional da Petrobras, Demarco Epifânio e Luis Carlos Moreira.