Moro retoma audiências de acusação em ação penal que investiga obras no sítio de Atibaia
A Justiça Federal do Paraná retoma hoje (13) as audiências com testemunhas de acusação em ação penal que acusa o ex-presidente Lula de receber vantagens indevidas da OAS e da Odebrecht através de benfeitorias em um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo.
Prestam depoimento o ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró e o engenheiro Emerson Cardoso Leite, que trabalhou nas obras do sítio Santa Bárbara, em Atibaia. As oitivas estão previstas para começar às duas e meia da tarde e serão feitas por videoconferência a partir de Campo Grande, Mato Grosso do Sul e Petrópolis, no Rio de Janeiro.
As audiências da acusação seguem até o dia 26 de março e, na sequência, começam os depoimentos de testemunhas indicadas pelas defesas dos réus. Até o final de junho, aproximadamente 130 pessoas indicadas pelos 13 acusados do processo serão ouvidas pelo Juiz Sérgio Moro. A primeira oitiva para depoimento de testemunhas de defesa está marcada para 7 de maio.
Entre os depoentes está Fábio Luis Lula da Silva, filho de Lula. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi convocado como testemunha de defesa de Lula e presta depoimento em 28 de maio, por videoconferência. Lula também convocou a ex-presidente Dilma Rousseff, que será ouvida em 25 de junho, por videoconferência.
Apenas depois de esgotadas todas as audiências com testemunhas de defesa é que os réus, entre eles Lula, serão interrogados. Na denúncia, o Ministério Público Federal afirma que os recursos para a reforma no sítio de Atibaia foram contrapartidas de oito contratos da Petrobras. Quatro deles com a Odebrecht, três com a OAS e um com o Grupo Schahin.
Advogados afirmam que Lula jamais praticou qualquer ato em benefício de empreiteiras durante o período em que ocupou a Presidência da República e tampouco recebeu qualquer vantagem indevida na forma de propriedades ou reforma de imóveis.
Segundo a defesa, Lula não é dono do sítio, que está registrado em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar. Suassuna é sócio de um dos filhos do ex-presidente. Fernando Bittar é filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e amigo de Lula. Todos alegam que a propriedade era apenas usada pelo ex-presidente, que mantém uma amizade de 40 anos com a família Bittar.