Mortes em supostos confrontos com a PM de Londrina não eram investigadas

Um acordo entre policiais civis e militares garantia que mortes ocorridas em supostos confrontos com a PM em Londrina, norte do estado, não fossem investigadas.

É o que aponta a averiguação da força-tarefa da Polícia Civil que investiga a atuação de um grupo de extermínio formado por PMs. A investigação apontou que existia um acordo, chamado de “diretriz”, para que os casos registrados como óbitos em confronto fossem apurados apenas pela própria Polícia Militar.

Por isso, o Ministério Público do Paraná solicitou informações sobre dezenove casos que, agora, serão analisados pela Polícia Civil. O relatório final da força-tarefa deve apontar a existência de um acordo verbal entre o Comando da PM de Londrina e a Polícia Civil para que as mortes fossem apuradas internamente pela corregedoria da Polícia Militar.

Uma interceptação telefônica, divulgada pelo jornal Gazeta do Povo, revela que um oficial militar orienta um subordinado a não apresentar à delegacia uma arma encontrada com um suspeito pois, assim, ela ficaria apreendida como prova.

De acordo com o MP, as mortes ocorridas em supostos tiroteios com a PM não eram investigadas desde dezembro, pelo menos. O coordenador do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), procurador Leonir Batisti, ressalta a obrigatoriedade de instauração de inquérito policial em caso de mortes de civis durante supostos confrontos.

O objetivo é apurar de forma clara as circunstâncias em que ocorreram as situações registradas.

Em janeiro deste ano, 11 pessoas foram executadas e dezessete ficaram feridas, depois que um policial militar foi assassinado, em Londrina.

No mês passado, seis PMs foram presos e outros seis prestaram depoimento.

A suspeita é de que a chacina tenha ocorrido em retaliação a morte do colega. Contra eles, há depoimentos de testemunhas, imagens de câmeras de segurança e perícias em locais de crime.

O MP determinou que novos casos de confrontos sejam investigados pela Delegacia de Homicídios do município. Decisão que, segundo a assessoria de imprensa do órgão policial, será cumprida.

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