MP-PR quer sequestro de apartamento de luxo pertencente a Maurício Fanini

Leonir Batisti, coordenador estadual do Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado

O Ministério Público do Paraná quer o sequestro de um apartamento de luxo que pertence ao ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação Maurício Fanini e à esposa dele, a fonoaudióloga Betina Moreschi. O imóvel, comprado em 2013 por pouco mais de R$ 1 milhão, tem mais de 224 m2 e fica no bairro Cabral, em Curitiba, no edifício Wacili Kandinski. O pedido, vinculado à ação que levou à prisão de Fanini no último sábado (16), foi protocolado nessa segunda (18) e agora cabe à Justiça determinar ou não a medida para garantir o ressarcimento aos cofres públicos em caso de condenação.

Entre outras coisas, o MP argumenta que o apartamento, inicialmente financiado, foi quitado em 2014 com dois pagamentos feitos por meio da Perfil Luz Representação Comercial, empresa de propriedade do casal. O primeiro, de R$ 300 mil, em 7 de agosto daquele ano, e o segundo, de pouco mais de R$ 340 mil, apenas uma semana depois.

Para os promotores, não restam dúvidas de que a liquidação da dívida se deu com dinheiro ilícito. Além disso, em 2015 – quando as investigações da Operação Quadro Negro já estavam em andamento e logo após Fanini ser exonerado do cargo no governo do Estado –, numa tentativa de evitar a localização da titularidade do imóvel, o casal doou o bem aos dois filhos com valor atribuído de apenas R$ 40 mil.

Leonir Batisti, coordenador estadual do Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do MP, explica que esta nova ação partiu de denúncias de lavagem de dinheiro tanto contra o suspeito quanto contra a mulher dele.

O casal também responde por corrupção passiva, fraude à execução e organização criminosa. Betina não foi presa como o marido, mas está com o passaporte retido e proibida de deixar a cidade. Consta ainda no processo que os dois receberam mais R$ 2 milhões em depósitos suspeitos em uma conta conjunta entre 2013 e 2015. E os promotores referem “um severo aumento no fluxo de depósitos sem origem explícita” nas contas do casal a partir de maio de 2014.

Fanini está preso por envolvimento no esquema de desvio de recursos públicos destinados à construção e reformas de escolas no Paraná. Ele já havia sido preso temporariamente em 2015, quando a Operação Quadro Negro foi deflagrada, e respondia ao processo em liberdade.

Nesta denúncia, o MP afirma também que o ex-diretor e a esposa chegaram a gastar R$ 76 mil com cartão de crédito em um único mês – incompatível com as receitas da família. As despesas, pelo que a investigação mostra, foram com viagens e lojas de artigos de luxo no exterior.

Em uma joalheria mundialmente famosa o casal gastou mais de R$ 24 mil ao longo de 2014. Outros R$ 20 mil foram para compras em uma loja de roupas, bolsas e malas de luxo, e há ainda despesas de mais de R$ 18 mil em relojoarias.

Maurício Fanini era o chefe do setor que produzia os laudos fraudulentos sobre o andamento de obras nas escolas estaduais. Sob a gestão dele, a Construtora Valor recebeu mais de R$ 20 milhões por serviços que, na maior parte dos casos, mal saíram do papel.

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