Operação Duas Caras investiga esquema criminoso que violou poupanças de clientes da Caixa Econômica
Pelo menos 70 clientes da Caixa Econômica tiveram poupanças violadas em um esquema criminoso investigado na Operação Duas Caras, deflagrada nesta sexta-feira (15). De acordo com a Polícia Federal, um funcionário de carreira do banco ajudava criminosos que desviaram um milhão e trezentos mil reais de poupanças de clientes. A polícia prendeu 12 pessoas suspeitas de participação no esquema. Um investigado não foi localizado. Os presos foram levados à Superintendência da PF em Curitiba. De acordo com o delegado Rodrigo Martins Moraes da Silva, os criminosos faziam uma série de saques nos caixas eletrônicos, compras em débito automático e transferências na boca do caixa até que o dinheiro nas contas se esgotasse.
De acordo com a Polícia Federal, o funcionário da Caixa pesquisava e identificava contas poupança de clientes com grandes saldos e que não apresentavam histórico de retiradas. Ele repassava os dados para o líder do grupo criminoso. O funcionário, então, solicitava a emissão de documentos falsos e complementava os demais dados necessários com outros participantes do grupo, que geralmente possuíam acesso a banco de dados, em razão das profissões que exerciam. Na sequência, os investigados entravam em contato com a central de cartões da Caixa e, se passando pelos clientes, informavam a “falsa” perda do cartão para gerar outro. Os cartões eram retirados nos centros de distribuição dos Correios também com o uso de documentos falsos.
A polícia afirma que o líder do esquema, preso nesta sexta em Curitiba, ficava com maior parte dos recursos desviados. O funcionário da Caixa, que também foi preso, ficava com 20% do valor. Entre os crimes investigados na operação estão furto qualificado, estelionato qualificado, peculato, uso de documento falso, falsificação de documento público e associação criminosa. Outras dez pessoas foram presas e uma não foi localizada. Ao todo, a polícia investiga a participação de 20 pessoas no esquema criminoso.
As vítimas que tiveram saques irregulares em poupanças foram ressarcidas pela Caixa Econômica Federal. Entre elas está um ex-jogador do Atlético Paranaense, Anderson Lopes. O jogador teve passagem pelo Furacão em 2016 e atualmente joga em Hiroshima, do Japão. Em nota, a Caixa Econômica afirma “que está colaborando com as investigações da Polícia Federal e que manterá cooperação integral com os trabalhos”.