A Polícia Federal vai encaminhar na semana que vem à Justiça Federal do Paraná um laudo com informações que reforçam a suspeita de que o sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, e o tríplex, em Guarujá, litoral paulista, pertencem à família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com pelo menos 150 mil metros quadrados, o sítio está registrado em nome de Fernando Bittar e João Suassuna, sócios de um dos filhos do ex-presidente. O chamado “laudo de constatação do local” tem o objetivo de apontar o real proprietário do imóvel. Para o coordenador da força-tarefa na Polícia Federal, o delegado Igor Romário de Paula, o documento vai comprovar que a família do ex-chefe de governo é a dona do espaço.

Entre os objetos encontrados no sítio em Atibaia e que estarão listados no laudo estão: documentos pessoais do ex-presidente, como a carteira de motorista, fotos de família, uma coleção de camisas do Corinthians, além de um barco com o nome de Lula e Marisa e os pedalinhos que levam o nome dos netos do ex-presidente. Outro indício de que Lula é o dono da propriedade é o fato de a Polícia Federal ter encontrado na residência dele, em São Bernardo do Campo, um documento que faz referência ao sítio em Atibaia. Além do laudo de constatação, a PF fez uma perícia detalhando todo tipo de benfeitoria realizada no local. Com essas informações, a PF quer comprovar que grandes empreiteiras beneficiaram a família do ex-presidente Lula ao pagar por obras feitas no sítio.

 O resultado da perícia ainda não tem data para ser encaminhado à justiça. O sítio e tríplex usados por Lula são alvo da 24ª fase da operação Lava Jato, batizada de Alethea. De acordo com as investigações, parte das reformas feitas nos dois locais foram patrocinadas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, ambas investigadas na operação. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, por meio de construtoras já citadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.