Polícia procura suspeitos de furtar obra que gerou críticas de deputado evangélico
A Polícia Civil deve pedir imagens de câmeras de segurança da região do Museu Oscar Niemeyer para tentar identificar a pessoa que furtou parte da escultura de um artista chinês, que integra a Bienal de Curitiba. A escultura tem três metros e está exposta na área externa do MON conhecida como “Parcão”.
A parte superior da obra, que representava um primata, foi retirada e desapareceu. O furto ocorreu uma semana depois que o deputado Missionário Ricardo Arruda, do PEN, gravou um vídeo com críticas à obra. Na visão do deputado ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus, a imagem da obra é uma “inversão de valores”.
No vídeo, ele afirma que vê na obra uma retratação de um macaco saindo de uma bíblia, o que na interpretação dele ofende os religiosos ao diminuir a teoria do criacionista enaltecendo o evolucionismo na explicação da origem da vida.
O presidente da Bienal de Curitiba, Luiz Ernesto Meyer Pereira, afirma que não é possível acusar a manifestação do missionário como responsável pelo desaparecimento da peça.
É a primeira vez nos 25 anos de história da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba que obra é parcialmente furtada. Pelo Facebook, o deputado afirmou que não vê relação do vídeo que gravou no dia 5 com o desaparecimento da obra. Segundo o missionário, trata-se apenas de uma coincidência. Ele afirma que não apoia ou incentiva nenhum tipo de vandalismo.