Uma ONG de proteção animal de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, criou um abaixo assinado on line contra a prefeitura do município. Segundo a instituição, a Secretaria do Urbanismo estaria removendo casinhas comunitárias que servem de abrigo para cães de rua. Até as 13h desta quinta-feira (21), o documento já contava com mais de 27 mil assinaturas pedindo que a administração pública não retire as casinhas, principalmente por causa da chegada do inverno.

Célia Regina de Freitas é uma das protetoras que tiveram as casinhas comunitárias levadas. Ela conta que os dois abrigos, construídos pelo marido dela, estavam há dez anos em frente à casa onde moram, mas foram removidos na última semana.

Celia diz que não recebeu nenhum comunicado da prefeitura para a remoção das casinhas em frente à casa dela, mas que um aviso foi entregue ao vizinho, o que gerou um desencontro de informações. Ainda assim, ela contesta a justificativa apresentada no documento.

Segundo Célia, outros protetores também tiveram os abrigos removidos. As casinhas comunitárias são comuns entre voluntários que cuidam de animais abandonados. Muitos não têm condições de adotar os cães e organizam uma área em frente ao quintal com abrigo do frio, alimento e água disponível para animais que estão nas ruas.

Em Curitiba, em alguns casos, há casinhas comunitárias em praças e os cachorros são cuidados por diferentes pessoas de uma mesma comunidade. Célia destaca que a ação da prefeitura não trouxe nenhuma solução para o verdadeiro problema: o abandono dos animais.

Em nota, a Prefeitura de São José dos Pinhais afirma que não recolhe animais abandonados, mas somente animais com potencial agressivo ou que estejam em sofrimento com indicativo de eutanásia. O texto diz que a remoção das casinhas foi feita pela Secretaria de Urbanismo com base em uma lei municipal que proíbe a obstrução no passeio público e que houve um protocolo da população solicitando a retirada dos objetivos.

Ainda segundo a prefeitura, a Secretaria do Meio Ambiente está trabalhando para a regulamentação de uma lei estadual de 2012 que conceitua o cão comunitário como um animal mantido e cuidado por várias pessoas de uma comunidade.