Sindicalistas e servidores municipais esperam conseguir reunião com Rafael Greca
Depois da ocupação no prédio da Câmara Municipal, os sindicalistas e servidores municipais esperam conseguir uma reunião com o prefeito Rafael Greca (PMN) para debater os projetos do ajuste fiscal. O presidente do Legislativo de Curitiba, Serginho do Posto (PSDB), promete tentar agendar o encontro. A promessa foi dada após horas de discussão e ocupação no edifício. A situação começou ontem (segunda), por volta das 15 horas. Os manifestantes forçaram a suspensão da reunião da Comissão de Legislação, Justiça e Redação e impediram a saída de vereadores e representantes da prefeitura até depois da 1 hora da madrugada. O presidente da comissão, Wolmir Aguiar (PSC), diz que a ação do grupo foi, além de tudo, de vandalismo.
Por horas, os manifestantes permaneceram no corredor, onde promoveram um buzinaço. Do lado de fora, outros servidores estouraram bombas e rojões. Uma das janelas foi quebrada na confusão. O líder do governo na Casa, vereador Pier Petruzziello (PTB), vai ainda mais longe. Para ele, o ato promovido pelos manifestantes foi de terrorismo.
O pacote de ajuste fiscal foi protocolado na Câmara em março deste ano. Há medidas que afetam diretamente o funcionalismo público, que tem se manifestado contrário ao pacote. Segundo a prefeitura, o objetivo é equilibrar as contas municipais, diante de um déficit orçamentário para este ano previsto em R$ 2,1 bilhões. Na tribuna da Câmara, a vereadora Noêmia Rocha (PMDB) disse que é preciso avaliar a causa do problema, antes de julgar os manifestantes. Para ela, as reivindicações dos servidores precisam ser consideradas.
Na manhã desta terça-feira, 23, os sindicalistas começaram a desmontar o acampamento que estava instalado na praça Eufrásio Corrêa, ao lado da Câmara. A Justiça determinou multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
O grupo foi notificado da decisão nesta segunda-feira (22). O documento acrescenta que a manifestação “cria atmosfera de desordem pública, gerando ambiente hostil”. Por decisão dos vereadores, está suspenso, até sexta-feira (26), o debate de dois itens do chamado Plano de Recuperação: o que trata do IPMC (com mudanças no Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba) e o leilão de dívidas acima de R$ 200 mil (pelo texto, os credores que ofertarem maior desconto porcentual receberiam à vista os valores devidos pelo poder público – entretanto, a oposição na Casa argumenta que existem dívidas no Portal da Transparência que já foram pagas.
Por isso, é necessário realizar uma auditoria). O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) nega que os servidores tenham impedido a saída dos parlamentares. A entidade pede uma reunião com o prefeito para que o projeto seja reavaliado.