Solto pela Justiça, ex-assessor de Palocci passa a cumprir medidas cautelares
O nome do assessor do ex-ministro Antônio Palocci, Branislav Kontic, passa a constar na lista da Polícia Federal de pessoas proibidas de deixar o País. Ontem quarta-feira (19), à noite o investigado também deixou o passaporte retido na Justiça Federal. Alvo da Operação Omertà, 35ª etapa da Lava Jato, Branislav Kontic passa a responder ao processo em liberdade – com restirções e monitorado por uma tornozeleira eletrônica – após pagar fiança estipulada em um milhão de reais.
A defesa do investigado alegou que o réu não tinha dinheiro suficiente para pagar. Em troca da liberdade, Branislav Kontic entregou à Justiça um apartamento avaliado em pouco mais de dois milhões e trezentos mil reais.
Além da fiança, do monitoramento por tornozeleira eletrônica e da proibição de deixar o país, o ex-assessor de Palocci ainda tem outras três medidas cautelares a cumprir. Ele não pode se comunicar com nenhum investigado ou testemunha do processo, deve comparecer a todos os atos do processo e responder a todas as intimações e também não pode ficar mais de 30 dias fora de casa sem autorização da Justiça.
A denúncia da Operação Omertà é relacionada à obtenção, pela empreiteira Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras. De acordo com os procuradores, entre os anos de 2006 e 2015, Palocci estabeleceu uma ligação com altos executivos da Odebrecht com o objetivo de atender os interesses do grupo empresarial diante do governo federal. Neste esquema, a interferência de Palocci se dava mediante o pagamento de propina destinada, principalmente, ao Partido dos Trabalhadores (PT). De acordo com os investigadores, os repasses feitos a Palocci ultrapassam a marca de R$ 128 milhões.