UFSC é alvo de operação da Polícia Federal
Fundações de Apoio da Universidade Federal de Santa Catarina são alvo da Operação Torre de Marfim, que apura irregularidades de verbas públicas destinadas a projetos de pesquisa. São cumpridos 20 mandados judiciais, sendo 14 de busca e apreensão e 6 de condução coercitiva, quando a pessoa é levada a depor, em Florianópolis e Balneário Camboriú.
Relatórios elaborados pela Controladoria Geral da União constataram irregularidades em projetos de pesquisa desenvolvidos com uso de dinheiro federal em 2003 e 2004. Entre as irregularidades, os investigadores encontraram indícios de contratações de serviços sem licitação prévia e pagamentos realizados a empresas fantasmas ou aquelas vinculadas a servidores da própria universidade ou das Fundações de Apoio.
Dois dos servidores investigados teriam movimentado cerca de 300 milhões em contratos na coordenação de projetos e convênios entre os anos de 2010 a 2017. Durante este período foram identificadas diversas irregularidades quanto à execução financeira apontando para o desvio de verbas públicas e para a prática de outros crimes licitatórios.
Também chamou atenção dos investigadores, um contrato no valor de R$ 20 milhões fechado pela universidade com a empresa de um servidor aposentado. O serviço nem ao menos chegou a ser licitado. Os suspeitos devem responder pelos crimes licitatório, peculato e lavagem de dinheiro, bem como por atos de improbidade administrativa.
A UFSC, segundo informações da CGU, é a entidade recordista em recomendações para correção de irregularidades no estado de Santa Catarina, com cerca de 120 recomendações, quase o dobro do segundo colocado.