Delação premiada de Paulo Roberto Costa ainda não foi comunicada ao MPF
O Ministério Público Federal (MPF) não foi comunicado da disposição do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, de fazer a delação premiada. Segundo o MPF, a Justiça e a promotoria não pediram que o ex-diretor da estatal, preso na Operação Lava Jato, fizesse uso do procedimento para conseguir provas e embasar ainda mais a operação.
Paulo Roberto Costa é acusado de superfaturar contratos de construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A Polícia Federal já teria provas suficientes para resolver o caso e a delação seria desnecessária. A decisão do ex-diretor da Petrobras foi divulgada na sexta-feira, mesmo dia em que 11 mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva, quando a pessoa é convocada a prestar esclarecimentos, foram cumpridos em um desdobramento da Operação Lava Jato.
A suspeita é de que empresas de familiares e de pessoas ligadas ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Yousseff recebiam valores de empresas relacionadas a Petrobras. As onze empresas investigadas ficam no Rio de Janeiro e oito delas estão registradas no mesmo endereço.
A operação Lava Jato foi divulgada no dia 17 de março pela Polícia Federal e investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas de cerca de dez bilhões de reais. Segundo a polícia, as investigações apontaram um grupo especializado no mercado clandestino de câmbio, que tinha como operador o doleiro paranaense Alberto Yousseff. O inquérito já tem mais de 40 pessoas indiciadas.