Avião que caiu no Bacacheri pode ter tido uma pane durante a decolagem
O único sobrevivente da queda de um avião no sábado a tarde, próximo ao Aeroporto do Bacacheri, continua internado na UTI do Hospital do Trabalhador. O executivo Hélio Corrêa teve várias fraturas pelo corpo e está sedado, com um quadro de saúde estável. Ele viajava para Maringá com outras três pessoas, quando o avião levantou voo e logo já caiu sobre duas casas do bairro.
As investigações estão a cargo do Cenipa, que é o órgão que apura acidentes aeronáuticos. Já uma possibilidade de que o sobrinho do deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, Sílvio Romanelli, estivesse no comando do monomotor. Isso porque ele fazia curso de pilotagem e negociava a compra de um avião importado dos Estados Unidos. A informação foi repassada à BandNews pelo proprietário do Cessna 177, Marcelo Montezuma, mas ele não acredita que o amigo estivesse no controle na hora do acidente.
Ainda não é possível saber exatamente quem pilotava o avião na hora do acidente. Normalmente, o comandante fica no lado esquerdo da cabine. Mas, como a aeronave ficou muito danificada, o Cenipa aponta que não tem como afirmar por enquanto quem estava no comando. O major aviador Eduardo Michelin não descarta a possibilidade de que Romanelli estaria pilotando.
A investigação vai ter que se basear apenas nos relatos do executivo, nas transcrições dos diálogos da torre de controle e de testemunhas próximas, já que o avião não tinha caixa preta. No entanto, o dono do Cessna afirmou que a aeronave havia passado por uma revisão recentemente, e estava em plenas condições de voo.
Os moradores do entorno do Aeroporto do Bacacheri dizem que o avião decolou sem as hélices funcionarem como deveriam. O especialista em aeronáutica, diz que é possível que a aeronave tenha tido uma pane durante a decolagem.
Antes de partir, o piloto faz uma espécie de “check-list” da situação do avião, em que se verifica todos os parâmetros de pressão, potência, combustível, operações, entre outros. A princípio, a aeronave que se acidentou no sábado estava em condições. Mas, segundo o especialista, durante a partida pode ter ocorrido algo, e foi em um momento que não teria como abortar mais.
A investigação da Aeronáutica deve levar entre 30 e 60 dias, e só depois é que vai se saber o que realmente ocorreu. A outra vítima resgatada com vida teve uma parada cardíaca e morreu neste domingo (30/8) na UTI do Hospital Evangélico. As outras duas foram sepultadas também no domingo em cidades do norte do estado. O piloto Cleber Luciano Gomes foi enterrado em Rolândia, e Silvio Romanelli em Londrina.