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Série Especial: As contribuições dos principais hospitais filantrópicos do Paraná  

As instituições são responsáveis por mais de 50% dos atendimentos do SUS

 Série Especial: As contribuições dos principais hospitais filantrópicos do Paraná  

(Crédito: Marcelo Andrade)

Ser um dos principais parceiros do Sistema Único de Saúde e prestar um bom atendimento apesar de todas as dificuldades financeiras. Essa é a missão dos 108 hospitais filantrópicos ou santas casas espalhados por todo Paraná. 

Juntos, as instituições são responsáveis por mais de 50% dos atendimentos do SUS e 75% da demanda em procedimentos de alta complexidade. 

Em todo o país, os filantrópicos oferecem 195 mil leitos. 

De acordo com o presidente da Federação das Santa Casas Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná (FEMIPA), Charles London,  cada instituição tem uma característica diferente e que é fundamental para o atendimento ao paciente.

“Todos os hospitais são destaques, dentro das suas possibilidades. A importância desses hospitais é na formação da rede, no atendimento às necessidades da população, nos trabalhos maravilhosos em todas as áreas de saúde. O conjunto de hospitais no Paraná é maravilhoso”, diz o presidente. 

Um deles é o Hospital  Universitário Mackenzie, em Curitiba, considerado o maior parceiro do SUS no Paraná. São mais de 500 leitos disponíveis para atender todas as linhas de cuidado com a saúde. Em média, a instituição realiza um milhão e setecentos mil atendimentos por ano. 

(Crédito: divulgação)

O diretor geral Thiago Tormen assumiu a função em fevereiro e afirma que a unidade expandiu recentemente em várias áreas, principalmente voltada às crianças. 

“Nós expandimos a nossa atuação em diversas áreas. Nós abrimos um ambulatório específico de pediatria, que é a Pediatria Integrativa Ambulatorial, o ambulatório novo de oftalmologia, a Unidade da Mulher Mackenzie, que é uma unidade específica para ginecologia e obstetrícia. Também temos o Centro de Oncologia Mackenzie, que é uma unidade específica para oncologia adulto, a Unidade de Dermatologia e o ambulatório de dermatologia, além da ampliação do nosso ambulatório que atende mais de 600 pacientes por dia“, reforça Tormen. 

O Evangélico é um dos destinos de vítimas de traumas em Curitiba e região e é referência mundial no tratamento de pacientes com queimaduras.

“É um serviço que nos dá muito orgulho, uma referência nossa. Também inauguramos uma UTI específica de Queimados, um centro cirúrgico, além da área de internação de queimados. Atendemos pacientes tanto do Brasil quanto do mundo todo”.

O hospital é o maior parceiro do SUS e também conta com a contribuição do setor privado para se manter. 

“Contamos desde a doação de imposto de renda, na conta de luz e diretamente ao próprio hospital. A doação da população ajuda muito a realizar esses procedimentos, porque muita gente não sabe, mas o SUS é um sistema excelente, um sistema universal. Ele dá todo o atendimento para os pacientes, porém com a tabela defasada, o hospital tem que arcar com alguns custos em benefícios ao paciente, como uma prótese. A gente não mede esforços pra que ele seja atendido da melhor maneira possível”, finaliza.

Episódio 02

  A cada 100 pacientes com câncer atendidos no Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba,  70 deles saem do local curados ou com a doença controlada depois de até 5 anos. 

O bom desempenho faz parte do atendimento de um dos mais importantes hospitais filantrópicos do país, referência nacional no tratamento oncológico e que atende 80% dos pacientes vindos do Sistema Único de Saúde. 

O superintendente do hospital, Adriano Lago, afirma que o tratamento tardio de pacientes com o câncer,  devido à pandemia, é o principal desafio dos próximos anos da instituição. 

“A gente vê 2023 com um aumento muito grande de casos e o pior é que são novos diagnósticos com o câncer avançado. Isso é ruim para  paciente, é ruim pra instituição. Estamos nos preparando muito para os próximos dois anos. Da mesma forma, a gente colocou como uma das metas trabalhar mais com promoção e prevenção de doenças e que as pessoas cheguem com o diagnóstico precoce”, reforça Lago.

A busca por tratamentos menos invasivos e novas tecnologias também estão nas metas da unidade, como explica o médico João Victor Baccarin. 

“Os tratamentos avançam e a gente tem dificuldade de incorporar isso, tanto no ambiente privado, como nos planos de saúde, via ANS (Agência Nacional de Saúde). No SUS essa questão da incorporação de novas tecnologias e novos tratamentos é bem mais atrasada. Tentamos viabilizar isso com outras fontes de renda, com projetos, parecida com empresas privadas e emendas parlamentares”, explica. 

Com 50 anos de história,  o Erasto Gaertner se destaca também na busca pela inovação, que ajuda a diminuir os impactos gerados pelos custos altos para manter o local. 

Um exemplo é a sustentabilidade, como reforça Adriano Lago. 

  “A questão que nós colocamos e procuramos ter é  a compra de energia através do mercado livre há seis anos e agora em 2023 nós vamos ter a nossa usina própria. Esperamos que possamos entregar ela nos próximos cem dias, o que vai fazer que sejamos  autossustentável em energia elétrica. Só para você ter uma ideia deste impacto, com essa entrega a gente espera que o Erastinho se torne o primeiro projeto leed healthcare zero do mundo”. 

(Crédito: Marcelo Andrade)

João diz que a missão de cuidar bem do ser humano faz toda a diferença na hora de oferecer atendimento de qualidade.

“A gente aprende que cuidar do ser humano é o principal. Nem sempre a gente consegue trazer a cura, mas muitas vezes aumentamos a sobrevida e conseguimos trazer uma qualidade de vida boa para o paciente, seja nos momentos finais da vida dele. 

A humanização também é levada muito a sério pelo Hospital Universitário Cajuru, também na capital do Paraná. O único hospital escola e 100%  SUS no estado é referência em transplante renal e suporte de vítimas de trauma. São em média 147 mil atendimentos por ano entre internamentos, urgências e emergências, cirurgias e consultas ambulatoriais.

Neste ano, o voluntariado da unidade completa 15 anos com histórias de resistência e esperança, como explica a coordenadora do voluntariado e pastoral do hospital, Nilza Brenny.

“Sempre vai ter alguém esperando por você em algum lugar. Então se você se sentiu tocado em fazer a diferença na vida das pessoas, em poder ajudar, use um pouco do seu dom, da sua habilidade. Nos procure, que você vai ver que fazer o bem faz um bem danado”, diz. 

 Lilian do Rocio é voluntária e contadora de história. 

“É um presente pra gente também, né? Um alívio até para nossa vida. Eu gosto de contar histórias reais, histórias do dia-a- dia, histórias bíblicas, para trazer as pessoas para a realidade. Ninguém pode fazer tudo, mas cada um pode fazer alguma coisa”, conta a voluntária. 

Qualquer pessoa pode ser voluntária, basta entrar em contato com a instituição.

Episódio 03

Há 40 anos o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, é destino de pacientes que buscam tratamento para diversos tipos de doenças.

 A instituição começou com uma equipe médica e poucos colaboradores. Hoje são mais de dois mil funcionários. De 50 leitos passou para mais de 400. Já os atendimentos chegam a 400 mil anualmente.

Um dos diretores do hospital, Pedro Caron, afirma que a instituição atende várias especialidades. Muitas delas têm atendimento de ponta.

“Todas as especialidades a gente tenta fazer uma medicina de ponta, como o  transplante fígado. Recentemente, completamos 700 pacientes que já fizeram transplante de fígado aqui no hospital. O transplante de pulmão,  que é  muito complexo, a gente já fez, se não me engano, dois ou três. Isso é o ápice da medicina,de fazer um transplante de pulmão, que é o mais difícil de todos. Para nós é um motivo de muito orgulho”, afirma. 

(Crédito: divulgação)

 O Angelina Caron é um hospital privado de caráter filantrópico e assim como outras instituições também têm dificuldade para pagar as contas.

“Para isso o hospital conta com a ajuda de qualquer tipo de doação. A gente tem, além desse atendimento do SUS, outros atendimentos que são dos convênios e que ajudam a gente, assim como  algumas emendas parlamentares que destinam para o hospital”, finaliza. 

 O Hospital Angelina Caron faz investimentos frequentes em tecnologia e equipamentos de última geração e também é referência em cirurgias bariátricas.

Confira essa série especial em áudio:

Reportagem: Lorena Pelanda

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