Abstenções superam número de votos de Cristina Graeml em Curitiba
Mais de 432 mil eleitores da capital não foram às urnas no segundo turno
Dos mais de 1,4 milhão eleitores de Curitiba, 432 mil não foram às urnas para o segundo turno. Com isso, o índice de abstenção chegou a 30,37% – no primeiro turno, foi de 27,74%. O número de pessoas que deixaram de votar no pleito também supera a quantidade de votos da candidata derrotada na capital paranaense, Cristina Graeml (PMB), que recebeu pouco mais de 390 mil votos.
Eduardo Pimentel (PSD) foi eleito prefeito de Curitiba com 57,64% dos votos válidos – ele recebeu 531 mil votos.
Na avaliação da cientista política Karolina Roeder, alguns fatores podem explicar o cenário, como facilidade para justificar a ausência e opções de candidatos.
Em 2020, durante a pandemia, a abstenção em Curitiba havia sido de 30,18%. Nas eleições municipais anteriores, de 2016, o número era de apenas 16,44%. Nas outras cidades paranaenses com segundo turno, o índice também aumentou.
Em Londrina, chegou a 30,94% – isto é, 123 mil eleitores deixaram de votar. No primeiro turno, o número havia sido de 27,27%. Nos Campos Gerais, 69 mil eleitores de Ponta Grossa não foram às urnas – uma abstenção de 26,69% ante 23,98% no primeiro turno.
Para Roeder, a educação política e mecanismos para facilitar o acesso a locais de votação estão entre as medidas que podem auxiliar a cessar o aumento das abstenções.
O cenário nacional também levou à promessa pela Justiça Eleitoral de uma pesquisa para descobrir as causas das abstenções e tentar reduzir o não comparecimento nas próximas eleições, em 2026. A afirmação foi feita pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Carmen Lúcia, após o fim das apurações. Em todos os 51 municípios brasileiros com segundo turno, que somavam 34 milhões de eleitores, a abstenção registrada foi de 29,26%.
Reportagem: Bárbara Hammes