Alojamento clandestino para adolescentes é fechado em Curitiba
Local funcionava no bairro Capão Raso e era vendido como abrigo para jogadores de futebol
Um alojamento clandestino para jogadores de futebol foi fechado no bairro Capão Raso, em Curitiba. Conforme o Ministério Público do Paraná (MPPR), 19 meninos, de 14 a 17 anos, viviam no local, que funcionava sem alvarás ou licença sanitária. Os adolescentes eram de municípios do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Acre e Paraguai.
As investigações apontam que, com a promessa de oportunidades na carreira do futebol, os pais deixavam os filhos com um “treinador”, pagando R$ 1,8 mil por mês pela hospedagem. No local foram encontrados remédios e alimentos vencidos. A promotora de Justiça Fernanda Garcez explica que os adolescentes eram induzidos em erros movidos pelo sonho de serem jogadores de futebol.
Para o órgão, o treinador alegou prestar serviço voluntário e não possui registro profissional. Já o responsável pelo espaço, que era vendido como abrigo para jogadores, apresentou um contrato de locação de uma academia desportiva. Nenhum dos adultos tinha documentação para a guarda dos adolescentes.
Em maio, o alojamento já havia sido fechado pela Vigilância Sanitária. Na época, 30 meninos residiam na casa. O presidente do conselho tutelar do Pinheirinho, Raul Correia, detalha que o Ministério Público de Pato Branco, no sudoeste do Paraná, foi o responsável pela ação deste mês.
A promotora de Justiça Fernanda Garcez faz um alerta para pais e responsáveis de adolescentes que sonham com a carreira de futebol. Ela explica ser fundamental conhecer os alojamentos e os clubes desportivos.
Do total de vítimas, até esta quinta-feira (5), cinco estavam em abrigo institucional da Prefeitura de Curitiba. O restante foi encaminhado às cidades de origem. O Ministério Público afirma buscar a responsabilização civil e criminal dos dirigentes pelo alojamento clandestino.
Reportagem: Mirian Villa