Ambientalistas apresentam nova crítica à redução da APA da Escarpa Devoniana

 Ambientalistas apresentam nova crítica à redução da APA da Escarpa Devoniana
(Foto: divulgação/Prefeitura de Tibagi)
(Foto: divulgação/Prefeitura de Tibagi)

O projeto de lei que reduz a Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana apresenta incoerências. Essa é a avaliação de entidades que integram o movimento contra as alterações. De acordo com o geógrafo do GUPE – que é o Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas – Henrique Pontes -, a definição do perímetro de redução da APA que está no projeto de lei é diferente do mapa que está sendo divulgado a toda população. Ou seja, os dados são conflitantes.

O memorial descritivo presente no projeto define um perímetro com apenas 20 vértices, quando, no mapa, há mais de uma centena de vértices delimitando a área de redução. Segundo o geógrafo, a área total delimitada pelo projeto de lei é a mesma apresentada no mapa, mas o desenho dessa delimitação é diferente.

A Fundação ABC, citada pelo geógrafo, é o Instituto de Pesquisa que foi responsável pelo estudo técnico que culminou no projeto de lei. A Faep, que também foi citada durante a entrevista, é a Federação da Agricultura do Estado do Paraná, um dos órgãos que defende a redução da Apa da Escarpa Devoniana.

Para o geógrafo Henrique Pontes, o fato de a proposta apresentar informações conflitantes é algo muito prejudicial à discussão de um projeto que vai impactar tanto a vida dos paranaenses.

A APA da Escarpa Devoniana é a maior unidade de conservação do estado do Paraná. Ela foi criada para proteger os últimos remanescentes de campos nativos e, como consequência, proteger o patrimônio geológico. A Escarpa Devoniana tem mais de 260 quilômetros de extensão e separa o Primeiro do Segundo Planalto Paranaense.

A formação geológica abriga tipos de solo e vegetação que são encontrados apenas nessa região do estado. Em toda extensão da Apa é permitido o desenvolvimento de atividades agropecuárias, desde que sejam respeitados o plano de manejo e a legislação – o que garante, ao mesmo tempo, a conservação ambiental e todo o desenvolvimento sustentável da região.

Para o geógrafo Henrique Portes, a preocupação dos deputados que propõem o projeto deveria ser a de fiscalizar a área e garantir a sustentabilidade das atividades desenvolvidas pelos produtores locais.

Pelo projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa, a área da APA da Escarpa Devoniana seria reduzida dos atuais 392 mil hectares para 126 mil hectares. Para o geógrafo do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas é importante que toda população esteja atenta às discussões desse projeto para que os paranaenses decidam o que esperam para o futuro ambiental do estado.

O projeto de lei de redução da APA é assinado pelos deputados Plauto Miró, do DEM, Luis Claudio Romanelli, do PSB, e Ademar Traiano, do PSDB. A assessoria de imprensa de Traiano foi procurada e disse que o deputado é co-autor da proposta e, portanto, o melhor seria falar com os outros parlamentares. A assessoria do deputado Romanelli informou que ele estava em viagem internacional.

A assessoria de Plauto Miró repassou o contato do instituto ABC – responsável pelo estudo técnico do projeto. O órgão informou que fez apenas a pesquisa e não o projeto de lei e, portanto, não poderia responder à crítica feita ao texto da proposta.

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