Cortes feitos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) fizeram as universidades estaduais do Paraná perderem 55 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. A Capes voltou atrás ao anunciar que reabriria 1.224 benefícios entre os 4.798 cortados nesta semana.

Mas, mesmo com o recuo, algumas universidades do Paraná viram até 33% de suas bolsas disponíveis serem cortadas sumariamente. Os números foram levantados pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) a pedido da rádio BandNews FM.

Os cortes também afetaram as universidades federais que ficam no Estado. Um dos bolsistas afetados com os cortes foi o jornalista Nilton Kleina. Ele saiu do trabalho porque foi selecionado em uma bolsa que exigia exclusividade no Doutorado em Comunicação da UFPR e agora teve a bolsa cortada.

Mesmo com as dificuldades ele decidiu que vai continuar no doutorado. Ele considera que é um momento para mostrar a importância da universidade para a sociedade.

Proporcionalmente, a Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) foi a mais afetada. A instituição viu um terço de seus benefícios para pós-graduação desaparecerem: eram 24 bolsas; oito foram cortadas. Em números absolutos, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi a que sofreu o maior corte: 28 bolsas. A Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tiveram 8 bolsas cortadas cada uma. Juntas, UEL, UEM e UEPG mantêm 1.938 bolsas.

Entre as universidades estaduais do Paraná, apenas duas passaram ilesas aos cortes da Capes. A Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) e Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) mantiveram o mesmo número de benefícios.

Os cortes também afetaram a Universidade Federal do Paraná. A pós-graduação em Farmacologia da UFPR teve  a perda de 4 bolsas de mestrado, 7 de doutorado e uma de pós-doutorado. Todos estavam com editais abertos e na fase de aprovação dos candidatos. Segundo a coordenadora do programa, Maria Fernanda Werner, um dos maiores problemas é com a perda da bolsa de pós-doutorado.

Segundo a coordenadora, o corte compromete a formação dos pesquisadores e o andamento da pesquisa no Brasil.

Os congelamentos anunciados nesta semana pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior não têm ligação direta, mas vêm na esteira do corte de 30% estipulado pelo Ministério da Educação (MEC) para verbas de custeio e investimento dos institutos federais de Ensino Superior. A Capes afirma que nenhuma bolsa em vigor deixará de ser paga e que o congelamento afeta as bolsas ociosas.

A informação é rebatida por algumas universidades. A UEL, por meio de nota, afirma que nenhuma das 28 bolsas cortadas da instituição estava ociosa. A Universidade Estadual de Londrina explicou que a Capes desconsiderou os processos de troca de titulares que “ocorre em função das defesas, desistências, critérios do Programa de Pós-Graduação, entre outros motivos”. A Capes afirma que nenhuma bolsa em vigor deixará de ser paga e que o congelamento afeta as bolsas ociosas. A informação é rebatida por algumas universidades. A UEL, por meio de nota, afirma que nenhuma das 28 bolsas cortadas da instituição estava ociosa. A Universidade Estadual de Londrina explicou que a Capes desconsiderou os processos de troca de titulares que “ocorre em função das defesas, desistências, critérios do Programa de Pós-Graduação, entre outros motivos”.

Reportagem: Angelo Sfair e Felipe Harmata