Política

Após quase nove anos da tragédia que tirou a vida de dois jovens, ex-deputado Carli Filho vai a júri popular nesta terça

 Após quase nove anos da tragédia que tirou a vida de dois jovens, ex-deputado Carli Filho vai a júri popular nesta terça

(Foto: Narley Resende/BandNews)

(Foto: Narley Resende/BandNews)

Após quase nove anos da tragédia que tirou a vida de dois jovens, amanhã (27), a partir da uma tarde da tarde, vai à júri popular o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho. Sete pessoas comuns vão definir o futuro do herdeiro de um berço político tradicional do estado. Duas sessões estão reservadas na Segunda Vara Privativa do Tribunal do Júri, no Centro Cívico de Curitiba.

Carli Filho é réu por duplo homicídio com dolo eventual na morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos. Mãe de uma das vítimas, Christiane Yared foi eleita a deputada federal mais votada do Paraná, cinco anos após a tragédia.

Apenas na sexta-feira que passou esgotaram-se as tentativas da defesa em impedir a realização do julgamento. No Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes julgou inviável o habeas corpus que questionava o local do júri. A defesa alegava que os crimes pelos quais Carli Filho responde vêm gerando enorme comoção na cidade; e, por isso, seria um constrangimento ilegal negar o pedido para tirar o júri de Curitiba.

Gilmar Mendes usou argumentos técnicos sobre jurisprudência e mandou o julgamento ser realizado na data e local previstos. Essa foi a terceira vez que o júri foi marcado. Primeiro para março de 2013, quase quatro anos depois da tragédia. Mais tarde, para janeiro de 2016, praticamente sete anos desde a morte dos dois jovens. Antes disso, a defesa de Carli Filho tentou qualificar o caso apenas como acidente de trânsito, e não como homicídio.

Se essa tese prosperasse, hoje o ex-deputado não estaria às vésperas de um júri popular. Durante o julgamento, Carli Filho vai fazer a segunda manifestação pública nesses quase nove anos. Em maio de 2016, o ex-deputado admitiu a ingestão de bebida alcoólica e pediu perdão.

Na madrugada do dia 7 de maio de 2009, Carli Filho seguia em um Passat – blindado -, a pelo menos 160 quilômetros por hora; a velocidade máxima permitida na via era de 60. O ex-deputado estava com o direito de dirigir cassado, tinha uma centena de pontos na carteira e mais de vinte infrações por excesso de velocidade.

No final da primeira hora daquela quinta-feira, o veículo de Carli Filho atingiu o Honda Fit de Gilmar Rafael, que tinha 26 anos – mesma idade de Carli Filho; Gilmar e Carlos Murilo morreram antes da chegada do socorro. O ex-deputado foi levado para o hospital com um quadro grave e instável, ficou na UTI, respirando por aparelhos.

Quando ainda estava desacordado, um exame indicou que Carli Filho tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue. Por ter sido feito sem consentimento, a defesa conseguiu que o teste fosse desconsiderado como prova. Uma perícia contratada pela família de uma das vítimas garante que as câmeras de segurança do local do acidente foram adulteradas. O pai de uma das vítimas, Gilmar Yared, espera que outras vidas sejam poupadas.

Quando entrou no carro, no começo daquela madrugada, Carli Filho estava no penúltimo ano do primeiro mandato como deputado estadual no Paraná. Aos 26 anos, era o parlamentar mais jovem da legislatura. Menos de um mês após o acidente, a defesa dele entregou o pedido oficial de renúncia.

Alvo de sindicância, a renúncia preservou os direitos políticos do ex-deputado. Na época da tragédia, o pai dele, Fernando Ribas Carli, estava no terceiro mandato como prefeito de Guarapuava, depois de ter representado a região Centro-Sul na Assembleia Legislativa e de ter ocupado uma cadeira na Câmara Federal, em Brasília.

Carli Filho foi eleito deputado em 2006, com 23 anos, quando estava na faculdade de Publicidade e Propaganda. Recebeu mais de 46 mil votos, cerca de 37 mil deles na cidade onde o pai era prefeito. No júri popular, como a decisão é tomada por pessoas comuns, em tese, a chance de condenação cresce. Num caso de duplo homicídio, a pena pode chegar a 30 anos de prisão.

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