Associação do MP sai em defesa dos responsáveis por investigação que resultou na prisão de Beto Richa
A Associação Paranaense do Ministério Público saiu em defesa dos responsáveis pela investigação que resultou na prisão do ex-governador Beto Richa, do PSDB. O presidente da instituição, promotor Cláudio Franco Félix, esteve nesta sexta-feira (14) na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para uma visita de solidariedade. A atitude é uma resposta ao pedido de apuração de possíveis irregularidades em investigações realizadas contra candidatos nestas eleições.
No começo da semana, o conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello encaminhou um memorando à Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sugerindo que sejam apurados atos que possam ter impacto na disputa eleitoral de outubro. A proposta é analisar a cronologia dos procedimentos de investigação contra candidatos para saber se houve uma tentativa de realizar atos que coincidissem com o calendário das eleições. O promotor Cláudio Félix diz que os representantes das Associações Paranaense e Paulista do Ministério Público repudiam medidas que possam comprometer o trabalho conduzido por promotores.
Segundo ele, não há motivação política na investigação conduzida pelo Gaeco.
O conselheiro que enviou o pedido de apuração ao CNMP cita os casos de denúncias contra os presidenciáveis Fernando Haddad, do PT, e Geraldo Alckmin, do PSDB, assim como a operação que resultou na prisão do ex-governador do Paraná e candidato ao Senado Beto Richa, do PSDB. Os procuradores da Lava Jato classificam a inciativa como uma tentativa indevida de constranger o Ministério Público.
A força-tarefa rejeita o que chama de “menção genérica” e “sem qualquer substrato fático” às diligências realizadas nesta terça-feira (11) na Operação Piloto, da qual Beto Richa foi alvo. Os procuradores dizem que o conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello, que representa o Senado no CNMP, levantou suposições abstratas e infundadas. Os integrantes da força tarefa se defendem dizendo que o tempo da investigação e o tempo da acusação independem do tempo da política.
No memorando que encaminhou à Corregedoria do CNMP, o conselheiro Bandeira de Mello afirma estar seguro de que a verificação vai refletir a conduta correta, imparcial e não dirigida ao calendário eleitoral. Mas que a ausência de uma apuração mínima permite que surjam desconfianças sobre a atuação do Ministério Público brasileiro.
Reportagem: Lenise Klenk