Banco Central confirma bloqueio de R$100 milhões na 40ª fase da Lava Jato
O Banco Central informou que conseguiu bloquear os 100 milhões de reais alvos de investigação da 40ª fase da operação Lava Jato. Esta etapa, chamada de Asfixia, teve como foco ex-gerentes da Petrobras e representantes de empresas. Foram detidos os ex-executivos da estatal Marcio de Almeida Ferreira e Maurício Guedes de Oliveira. Os agentes públicos – suspeitos de receberem as propinas – trabalhavam na subdivisão de Gás e Energia da Petrobras. Esta é a primeira fase da Lava Jato que mira neste setor da Petrobras. Também foram detidos, sem prazo para deixar a prisão, os empresários Marivaldo do Rosário Escalfoni e Paulo Roberto Gomes Fernandes. O grupo seria o responsável por fraudar dezenas de licitações da Petrobras no período entre 2003 e 2016. O levantamento da força-tarefa Lava Jato coloca sob suspeita 18 contratos da Petrobras – assinados com as empresas Akyzo e Liderroll.
Ao todo, os contratos valiam cinco bilhões de reais (R$ 5 bi). De acordo com o Ministério Público Federal, o ex-gerente da Petrobras, Márcio de Almeida, chegou a usar a Lei de repatriação para lavar o dinheiro. Ele é suspeito de usar a legislação para “esquentar” 48 milhões de reais de propinas. A suspeita de irregularidades na repatriação do recurso partiu da declaração do ex-diretor que passou de 7 milhões de reais para mais de 40 milhões “do dia para a noite”. A retificação na Receita foi feita em 2016, após a sanção pelo governo federal da chamada Lei da Repatriação. Com isso, o MPF não pôde utilizar a transação como prova na ação que determinou a prisão do ex-gerente da estatal. A informação foi anexada posteriormente. De acordo com o MPF, os recursos mantidos no exterior foram trazidos ao Brasil com o argumento de que o dinheiro era proveniente da venda de um imóvel. Três pessoas permanecem presas.