A família de um bebê de três meses de idade que teve morte encefálica depois de uma parada cardíaca deu esperança a outra família. Em momento de dor extrema, os pais autorizaram ontem (10) a doações de órgãos. O bebê se tornou o doador mais jovem do Hospital Universitário do Oeste do Paraná, em Cascavel, onde a cirurgia foi feita. Os rins do bebê foram encaminhados para o Rio Grande do Sul, para serem transplantados em uma menina de dois anos de idade.

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HU acompanhou todo o processo de doação, desde a realização do diagnóstico de morte encefálica, conversa com a família do doador e captação dos órgãos. Segundo os médicos que atenderam o caso, o bebê teve morte encefálica por conta de uma parada cardíaca causada por perda acentuada de líquidos.

O secretário de Estado da Saúde, Antônio Carlos Nardi, lembra que toda doação de órgãos precisa ser autorizada pela família, por isso, a sensibilidade das equipes de saúde se torna crucial.

Em entrevista à imprensa local, a mãe do bebê doador, Cíntia da Silva, disse que a decisão de doar os órgãos do filho foi motivada pelo desejo de ajudar mães que passam pela dor de ver um filho sofrendo.

O Paraná é o Estado brasileiro com maior índice de doações de órgãos por milhão de população. Enquanto a média nacional é de 17,5 doações por milhão de habitantes, no Paraná esse índice chegou a 49,2 em 2018.

De janeiro a setembro deste ano, 468 famílias autorizaram a doação de órgãos de seus familiares e 418 destes resultaram em doações efetivas. Como cada doação pode beneficiar mais de um paciente, o número de transplantes realizados no Estado é bem maior, chegando a 722. Além desses, foram realizados ainda 636 transplantes de córneas no Paraná.

Para ser doador de órgãos não é necessário deixar nada por escrito, apenas avisar familiares sobre o desejo de doar.

Reportagem: Narley Resende