O juiz Luiz Antonio Bonat enviou à Procuradoria-geral da República no dia 12 de abril os e-mails do empresário Marcelo Odebrecht que citam o atual presidente do STF Dias Toffoli. No despacho, o juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba determina que as mensagens que citam pessoas com foro privilegiado fossem encaminhadas para Raquel Dodge.

A informação confronta um dos argumentos do ministro Alexandre de Moraes, que na segunda-feira mandou excluir uma reportagem da revista Crusoé sobre o tema. Ao justificar a censura, o ministro sustentou que a Procuradoria-Geral esclareceu que Raquel Dodge não havia sido informada sobre o e-mail que cita o presidente do STF, chamado por Odebrecht como “amigo do amigo do meu pai”.

Bonat atendeu a um pedido do Ministério Público Federal e retirou o sigilo da decisão para, segundo ele, evitar possíveis interpretações equivocadas a respeito do conteúdo. Os procuradores informaram que o depoimento de Odebrecht não tem relação com as mais recentes investigações que apuram crimes relacionados a construção da Usina de Belo Monte. Agora, cabe então a Polícia Federal encaminhar o documento relativo à delação que cita, além do presidente do STF, outros nomes com foro privilegiado.

Reportagem: Angelo Sfair/ Juliana Goss